AML apresenta “95 anos de Autran Dourado”

Está disponível no You Tube da Academia Mineira de Letras, a palestra do professor Jonatas Guimarães sobre o escritor mineiro.

O conteúdo é gratuito e acessível em Libras. Foto: Funfep-UFMG
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A palestra aborda novas nuances da obra de Autran Dourado, explorando tanto os diferentes momentos da produção ficcional do escritor, quanto a sua inserção no cenário intelectual da época. “Observar as obras literárias em contraposição com o arquivo do escritor disponível no Acervo dos Escritores Mineiros da UFMG possibilita enxergar as diversas máscaras que habitam a sua obra, o que leva a uma problematização das subjetividades”, ressalta o palestrante.
Assista em:
https://bit.ly/aml-jonatas
Biografia de Autran Dourado
Autran Dourado (1926-2012) foi um escritor brasileiro. Recebeu o Prêmio Camões, pelo conjunto de sua obra, O Prêmio Machado de Assis, o Prêmio Jabuti, entre outros. O romance “Ópera dos Mortos” foi escolhido pela UNESCO para integrar a Coleção de Obras Representativas da Literatura Universal.

Waldomiro Freitas Autran Dourado nasceu na cidade de Patos, em Minas Gerais, no dia 18 de janeiro de 1926. Filho de um juiz morou em várias cidades. Estudou o primário na cidade de Monte Santo e o Ginásio na Cidade de São Sebastião do Paraíso.

Em 1940 foi morar em Belo Horizonte. Começou a cursar a Faculdade de Direito, ao mesmo tempo, que trabalhava como jornalista e taquígrafo da Assembleia Legislativa.

Estreia na literatura
Autran Dourado estreou na literatura com a novela Teia (1947). Bacharelou-se em Direito em 1949. Fez parte do grupo literário que editou a revista Edifício.

Em 1950, publicou Sombra e Exílio, que ganhou o Prêmio Mário Sete do Jornal de Letras. Em 1952, publicou Tempo de Amar, romance que recebeu o Prêmio Cidade de Belo Horizonte.

Em 1954, Autran Dourado mudou-se para o Rio de Janeiro, onde trabalhou como serventuário da justiça. Em 1955, publicou Nove Histórias em Grupo de Três, que recebeu o Prêmio Artur Azevedo do Instituto Nacional do Livro.

Durante cinco anos foi Secretário de Imprensa da Presidência da República, no governo de Juscelino Kubitschek.

A Barca dos Homens
Em 1961, o autor se destaca com a publicação de A Barca dos Homens, romance que foi escolhido como o melhor livro do ano pela União Brasileira de Escritores.

Em a Barca dos Homens, romance, cuja ação se passa em apenas um dia, onde o autor apresenta um punhado de tipos que vivem em uma ilha de pescadores.

Tipos que o escritor analisa e cujo entrelaçamento na história é feito através de uma caçada policial a um retardado, que acredita-se está armado e põe a comunidade em perigo.

Uma Vida em Segredo
Sua obra Uma Vida em Segredo, publicada em 1964, o autor inicia sua carreira internacional. Foi traduzida para o alemão e o inglês. Foi também, adaptada para o cinema.

Ópera dos Mortos
Seu romance, Ópera dos Mortos (1967) foi escolhido pela UNESCO para integrar sua coleção de Obras Representativas da literatura Universal.

Características da obra de Autran
A literatura de Autran Dourado é vanguardista pela técnica e linguagem. É formada de conteúdo quase sempre trágico, mas onde está presente um clima poético.

Suas personagens, em geral, são criaturas solitárias, tipos primitivos, figuras inadaptadas à vida que as cerca.

Autran Dourado faleceu no Rio de Janeiro, no dia 30 de setembro de 1912. Foi sepultado no cemitério São João Batista.

Frases de Autran Dourado
A gente deve falar sem medidas, a gente deve falar sem medo, conforme dita a regra do coração.

Melhor não pensar. Quanto mais reza, mais tentação aparece. A vida é pra frente, o que ficou pra trás é escuridão, poeira só, lembrança.

O sol não tem memória, o sol invade a terra, atravessa os homens, escurece-os de sombras, seca-os.

Os homens necessitam de espelho para se verem. Ou de uma ação qualquer, de uma luta qualquer.

Prêmios Literários
Prêmio Mário Sette, 1971, com Sombra no Exílio
Prêmio Cidade de Belo Horizonte, 1952, com Tempo de Amar
Prêmio Fernando Chinaglia, 1961, com a Barca dos Homens
Prêmio Pen-Club do Brasil, 1970, com O Risco do Bordado
Prêmio Paula Brito, 1974, com Sinos da Agonia
Prêmio Goethe (Brasil), 1981, com Imaginação Pecaminosa
Prêmio Jabuti, 1982, categoria contos, crônicas e novelas
Prêmio Camões, 2000, pelo conjunto de sua obra
Prêmio Machado de Assis, 2008
Obras de Autran Dourado
Teia, romance, 1947
Sombra e Exílio, romance, 1950
Tempo de Amar, romance, 1952
Três Histórias na Praia, contos, 1955
Nove Histórias em Grupo de Três, contos, 1955
A Glória do Ofício, ensaio, 1957
A Barca dos Homens, romance, 1961
Uma Vida em Segredo, romance, 1964
Ópera dos Mortos, romance, 1967
O Risco do Bordado, romance, 1970
Os Sinos da Agonia, romance, 1974
Novelário de Donga Novais, romance, 1976
Armas & Corações, romance, 1978
As Imaginações Pecaminosas, 1981
O Meu mestre Imaginário, ensaio, 1982
A Serviço del-Rei, romance, 1984
Violetas e Canções, contos, 1987
Um Cavaleiro de Antigamente, romance, 1992
Ópera dos Fantoches, romance, 1995
Confissões de Narciso, romance, 1997
Um Artista Aprendiz, ensaio, 2000
Gaiola Aberta, memórias, 2000
Melhores Contos, 2001
Monte da Alegria, romance, 2003
Breve Manual de Estilo e Romance, ensaio, 2003
O Senhor das Horas, contos, 2006

  • Dilva Frazão – Biblioteconomista e professora
    É bacharel em Biblioteconomia pela UFPE e professora do ensino fundamental.
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