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Coalizão Vida Sem Plástico critica governo federal por articulações no tratado de plástico

Poluição marítima

Documento divulgado pelo Brasil não contempla a necessidade de redução do uso de plástico e críticas a ele deve ser levadas a sério, diz Idec.

A Coalizão Vida Sem Plástico formada pelo Idec e outras organizações da sociedade civil enviou uma carta ao governo brasileiro em que critica as propostas expostas no documento escrito após a reunião sobre o tratado internacional de plástico, que ocorreu em Nairóbi (Quênia) no fim de setembro.

Para a Coalizão, o documento divulgado pelo governo federal deixa de tratar do principal: a redução da produção de plástico no Brasil.
As prioridades definidas pela União foram: “criação de uma Aliança Global para rios e oceanos mais limpos; programas para identificar riscos à saúde da sociedade; gestão de resíduos; empoderamento econômico e legal de catadores de materiais recicláveis; transição justa para trabalhadores do setor plástico; mecanismos financeiros e de cooperação robustos para apoiar o desenvolvimento da ciência e da pesquisa em países em desenvolvimento; envolvimento direto da comunidade científica em questões relevantes ao tratado; tomada de medidas transversais para um consumo e produção mais sustentáveis; conteúdo reciclado; e design de produtos e medidas para proteger os consumidores contra aditivos químicos em aplicações específicas”.

Já para a Coalizão, essas medidas são insuficientes, sendo preciso fazer mais: “reduzir a produção de plástico na fonte; eliminar químicos que sejam perigosos para a saúde humana e para o meio ambiente; dar transparência a todo o ciclo de vida; definir regras globais, harmonizadas e juridicamente vinculantes em todo o ciclo de vida dos plásticos; estabelecer compromissos claros para fornecer financiamento multilateral e transição justa para as comunidades afetadas”.

Para a coordenadora do Programa de Consumo Sustentável do Idec, as críticas da Coalizão precisam ser levadas a sério, se o Brasil quiser ser, realmente, uma referência ambiental.

Até no cérebro


“Todo dia surgem novas notícias alarmantes da quantidade de plástico e microplástico que estão nos oceanos, no organismo de animais e até de seres humanos. Recentemente, encontraram microplástico no cérebro de pessoas e isso vai ser cada vez mais comum se a gente não tomar uma atitude que acabe com esse problema pela raiz, ou seja, reduzir radicalmente a produção e o uso de plástico”, afirma.

Além do Idec, fazem parte da Coalizão Vida Sem Plástico as organizações: ClimaInfo, Aliança Resíduo Zero Brasil, Oceana Brasil, TOXISPHERA Associação de Saúde Ambiental, Projeto Hospitais Saudáveis e ACT Promoção da Saúde.

Foto: Getty Images

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