Nesta terça-feira (30), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central faz sua quinta reunião do ano para discutir a taxa básica de juros, a Selic.
Em paralelo, centrais sindicais realizarão protestos em 11 capitais brasileiras, exigindo a redução da taxa, atualmente em 10,5% ao ano.
Desde o retorno de Luiz Inácio Lula da Silva à presidência, em janeiro de 2023, a taxa Selic foi reduzida de 13,75% para 10,5% ao ano, em maio de 2024.
Em sua última reunião, em junho, o Copom decidiu manter a Selic nesse patamar, citando riscos de alta da inflação e descontrole fiscal.
Sob justificativa de cumprir a responsabilidade fiscal, o governo anunciou um corte de R$ 15 bilhões no Orçamento, mas a inflação continua a subir, aproximando-se do teto da meta.
Economistas de instituições financeiras esperam que a Selic permaneça em 10,5% ao ano até o final de 2024.
Manifestação
No entanto centrais sindicais argumentam que há espaço para cortes, defendendo que a redução dos juros é crucial para gerar empregos no país.
Os atos, organizados por diversas centrais sindicais, como CUT, Força Sindical, UGT, CTB, CSB, NCST, Intersindical e Pública, acontecem sob o lema “Menos Juros, Mais Empregos”.
Diretor do Bancários na Luta e da Intersindical Central da Classe Trabalhadora, Mané Gabeira criticou a política de Roberto Campos Neto, presidente do BC.
Segundo ele, a taxa de juros atende a interesses puramente econômicos, sobretudo de investidores estrangeiros.
“O presidente tem boicotado o governo, apesar de todos os dados econômicos, como superávit, balança comercial, taxa de juros, terem caído, a inflação caiu. Mas ele insiste em manter uma taxa de juros que não condiz com a realidade, inclusive do mercado internacional”, disse.
Taxa
A taxa Selic é o principal instrumento do Banco Central para controlar a inflação.
Quando a Selic aumenta, empréstimos e financiamentos ficam mais caros, o que desestimula o consumo e os investimentos.
Por outro lado, quando a Selic cai, o crédito se torna mais acessível, incentivando o consumo e os investimentos, o que pode gerar crescimento econômico e emprego, mas também pressionar a inflação para cima.
Foto: Roberto Parizotti