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Cresce a tensão entre os Estados Unidos e Rússia após o incidente entre um drone e caças

Relação entre os dois países "se encontram em seu ponto mais baixo, em um estado muito deplorável", diz agência russa.

O Kremlin asegurou que o dispositivo norte-americano se dirigia até a fronteira de seu país e que não foi interceptado por aeronave russa, enquanto Washington afirmou que o caça chocou-se contra o drone.

A Rússia instigou aos Estados Unidos, nesta quarta-feira, a cessar imediatamente suas ações hostis, um dia após um incidente entre um grande drone norte-americano e um avião de guerra russo sobre o mar Negro.

O local fica próximo da fronteira entre a Rússia e a Ucrânia, o que agravou as tensões entre Washington e Moscou.
A Ucrânia, por sua parte, disse que o incidente, que terminou com a queda no mar do drone norte-americano, é um sinal de que o Kremlin está disposto a “expandir” a outras partes do conflito iniciado em fevereiro de 2022 com a invasão russa de seu território.
Já os Estados Unidos acusaram na terça-feira (14) a avião russa de haver “interceptado e chocado” um drone seu sobre o mar Negro e de provocar sua queda.
Moscou negou essas acusações, ainda que reconheceu que dois de sues caças interceptaram um drone estadunidense “na zona da península de Crimeia”, sobre o mar Negro, que foi anexada pela Rússia, sem reconhecimento internacional.
Entretanto, disse “considerar toda ação que inclua o uso de armas norte-americanas como abertamente hostil”.


O que disse a Rússia


Segundo Moscou, o drone avançava em direção à fronteira russa.
“Os caças russos não utilizaram seu armamento” e não entraram sequer em contato com o drone que havia penetrado na zona de exclusão aérea “estabelecida para levar a cabo a operação militar especial”, assegurou o Exército russo, em referência a invasão da Ucrânia.
Nesta quarta-feira, o embaixador russo em Washington, Anatoli Antonov, disse esperar que Estados Unidos se “abstenham de seguir especulando no espaço midiático” e cesse seus voos perto das fronteiras russas.

O incidente aconteceu no Mar Negro, onde se realizam exercícios militares. Foto: AFP


“Consideramos toda ação que inclua o uso de armas estadunidenses como abertamente hostil”, sustentou o embaixador em um comunicado, depois de classificar de “provocação” a ação norte-americana.
Ele acrescentou que a “Rússia não busca a confrontação e segue apostando por uma cooperação pragmática em interesse dos povos de ambos os países países”.
No mesmo sentido, o porta-voz do governo russo, Dmitri Peskov, assegurou também nesta quarta-feira que a Rússia está disposta a dialogar de maneira construtiva com os Estados Unidos.
“Por suposto, cada um dos países defenderá seus interesses no diálogo. A Rússia nunca rechaçou o diálogo construtivo e não o rechaça agora”, disse Peskov ao ser consultado sobre as consequência dos fatos.
O porta voz reconheceu que as relações entre Moscou e Washington, que é o principal provedor de armas à Ucrânia na guerra contra a Rússia, “se encontram em seu ponto mais baixo, em um estado muito deplorável”, informou a agência de noticias Sputnik.


A versão dos Estados Unidos


Segundo Washington, o drone MQ-9 foi interceptado por dois caças russos Su-27 que voaram ao seu redor durante 30 a 40 minutos.
De repente, um dos caças “golpeou a hélice do MQ-9, provocando que as forças dos Estados Unidos tivessem de derrubá-lo em águas internacionais”, acrescentou o Pentágono. –
O drone não foi recuperado, disseram funcionários, sem informar se estava sendo realizados esforços para encontrá-lo.
A Rússia, por sua parte, desmentiu a versão dada por Washington.
“Como resultado de uma manobra brusca (perto dos caças russos), um veículo aéreo não tripulado MQ-9 realizou um voo sem controle, perdeu altura e chocou-se com a superfície do mar”, informou o Ministério de Defesa russa.
Os Estados Unidos usam MQ-9 Reapers tanto para vigilância como para ataques e tem operado a arma em uma variedade de lugares, incluindo o Oriente Médio e África. Outros países, incluindo o Reino Unido e França, também os utilizam.
*Telam

Foto: AFP

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