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Holanda reimpõe lockdown parcial para conter avanço da covid-19

Bares, restaurantes, lojas e supermercados terão que fechar mais cedo após nova alta de casos da doença. "O vírus está em toda parte e precisa ser combatido em toda parte", diz primeiro-ministro.

Medida é uma guinada no controle da pandemia. Governo acreditou que alta taxa de vacinação permitiria "liberar geral" e recuou.

Entraram em vigor as medidas anunciadas pelo governo da Holanda ontem (12) que inclui um lockdown parcial numa tentativa de conter a nova disparada de casos de covid-19. As medidas incluem o fechamento mais cedo de restaurantes e lojas e a proibição espectadores em grandes eventos esportivos.

A previsão, segundo o primeiro-ministro Mark Rutte, é que as novas restrições durem pelo menos três semanas. A Holanda é o primeiro país da Europa ocidental a regressar a uma forma de confinamento desde o fim do verão no Hemisfério Norte.

Supermercados e comércios não essenciais também fecharão mais cedo, e medidas de distanciamento social serão reimpostas. O governo recomendou à população que não receba mais do que quatro visitantes em casa, uma ação a ser adotada de imediato. Cafés, bares e restaurante terão que fechar no máximo às 20h.
“O vírus está em toda parte e precisa ser combatido em toda parte,”disse Rutte durante o anúncio das medidas.

O governo holandês também está estudando maneiras de restringir o acesso de pessoas que não foram vacinadas a locais fechados, uma medida que exigiria aprovação do Parlamento

O registro de novas infecções passou de 16 mil pelo segundo dia consecutivo nesta sexta-feira, quebrando o recorde anterior de quase 13 mil casos confirmados em dezembro do ano passado.

Rutte também instruiu as pessoas a trabalharem em casa sempre que possível, e disse que nenhum espectador seria permitido nas próximas semanas para participar de eventos esportivos, incluindo um jogo da seleção holandesa de futebol contra a Noruega pelas Eliminatórias da Copa do Mundo na terça-feira.

Escolas, teatros e cinemas permanecerão abertos.

Desde o ano passado, país convive com campanha de vacinação e protestos de grupos contrários às medidas de combate à Covid-19. Foto: Robin Van Lonkhujjsen/ANP/AFP

Um grupo de cerca de 100 manifestantes anti-lockdown se reuniu fora da sede do governo em Haia, onde Rutte fazia seu pronunciamento. Várias pessoas foram detidas por soltar fogos de artifício e jogar objetos na polícia.

Guinada
O anúncio de sexta-feira marcou uma guinada na política para a pandemia do governo holandês, que até o mês passado avaliava que a taxa de vacinação relativamente alta permitiria flexibilizar ainda mais medidas no final do ano.

As novas infecções no país de 17,5 milhões de habitantes aumentaram rapidamente depois que a maioria das medidas de distanciamento social foram abandonadas no fim de setembro.

Cerca de 82% da população holandesa com mais de 12 anos de idade foi totalmente vacinada. Desde o início da pandemia, a Holanda registrou 2,27 milhões de casos de covid-19 e 18.695 mortes relacionadas à doença.

Alerta na Europa
No momento, dez estados-membros da União Europeia estão numa situação de “preocupação muito alta” em relação à covid-19, segundo o Centro Europeu de Prevenção e Controle das Doenças (ECDC).

Além da Holanda, Bélgica, Bulgária, Croácia, Eslovênia, Estónia, Grécia, Hungria, Polônia e República Tcheca estão classificados como estando numa situação de “preocupação muito alta”, a mais elevada do ECDC.

Outros 10 estados-membros (Alemanha, Áustria, Dinamarca, Eslováquia, Finlândia, Irlanda, Letônia, Lituânia, Luxemburgo e Romênia) estão numa situação de “preocupação alta”.

Portugal, Chipre e França estão classificados como em situação de “preocupação moderada”, e Espanha, Itália, Malta e Suécia estão na categoria de “preocupação reduzida”.

Cerca de 65% da população do Espaço Econômico Europeu (EEE), que inclui União Europeia, Islândia, Liechtenstein e Noruega, recebeu duas doses, de acordo com dados da UE, mas o ritmo diminuiu nos últimos meses.

A aplicação de vacinas em países do sul europeu está em cerca de 80%, mas a relutância freia a distribuição no centro e no leste da Europa e na Rússia, causando surtos que podem sobrecarregar os sistemas de saúde.

O ECDC salienta ainda que o número de casos tem subido muito e rapidamente, mas a taxa de mortalidade por covid-19 se mantém baixa, mas em subida lenta, estimando que nas próximas duas semanas os números de caos, hospitalizações e mortes deve aumentar.

Fonte: Dw

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