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Primeira rede audiovisual de mulheres indígenas do Brasil estreia com transmissão ao vivo

Iniciativa já conta com mais de 70 realizadoras e vai continuar mapeamento em todo o Brasil

Primeira rede audiovisual de mulheres indígenas do Brasil estreia com transmissão ao vivo
A cineasta, Natuyu Txicão, do povo Ikpeng, da Terra Indígena Xingu, fotografada em ação pela também cineasta Suely Maxakali - © Suely Maxakali

A primeira iniciativa de criação de uma rede de mulheres cineastas indígenas do país foi lançada neste sábado (29). Com mais de 30 etnias representadas, a Katahirine reúne realizadoras atuantes no audiovisual e na comunicação. A estreia contou com a presença da ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, e foi transmitida pelas redes sociais do Instituto Catitu, responsável pela idealização do projeto.

A rede foi criada para reunir a produção audiovisual das mulheres indígenas em um lugar onde as pessoas possam consultar e conhecer essa produção, que é muito rica e diversa, mas praticamente invisível. A organização realizou uma busca por todo o país, que chegou a mais de 70 profissionais. O mapeamento inicialmente se concentra em território nacional, mas a ideia é estender a pesquisa para povos originários de outras nações da América Latina.

Além de funcionar como uma plataforma de pesquisa e referência, a rede também estará focada em trabalhar coletivamente por mudanças e adaptações nas políticas públicas. Há muita dificuldade de acesso aos editais, que não são propriamente adaptados para pessoas que estão muito longe desse universo do mundo audiovisual. A rede conta com um conselho curador, que tem como missão garantir a participação indígena nas tomadas de decisão, elaborar e propor critérios da curadoria e estabelecer diretrizes.

A plataforma online da rede, lançada neste sábado, as profissionais terão perfis individuais, com biografias, lista de obras e informações sobre a carreira. Nos planos da rede está também a realização de encontros internacionais e de mostras de cinema com foco na produção das mulheres indígenas.

A necessidade de levar ao público produções que falam sobre o Brasil é ponto de destaque para as mulheres que compõem o conselho curador. Seu trabalho aborda questões centrais dos povos indígenas, como a recuperação das memórias históricas, a reafirmação das identidades étnicas, a valorização dos conhecimentos tradicionais, das línguas e do papel das mulheres nas sociedades indígenas.

Com a Katahirine, as mulheres cineastas indígenas do país ganham uma rede de apoio e visibilidade para suas produções, além de um coletivo com capacidade de pleitear políticas públicas na área do audiovisual. A iniciativa é um passo importante para a valorização e reconhecimento do trabalho dessas profissionais, que há muito tempo lutam por espaço e representatividade no cenário audiovisual brasileiro.

Confira o video do lançamento:
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