A paisagem de Engenheiro Corrêa, distrito de Ouro Preto está mudando após mais de meio século de abandono.
O motivo é o restauro da Estação Ferroviária local, que passa por uma transformação histórica, com recursos do Grupo Herculano e J. Mendes, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet) do Governo Federal, com gestão da Holofote Cultural e apoio da Prefeitura de Ouro Preto.
Construída em 1896, a estação é um marco da memória ferroviária do Brasil e, agora, começa a revelar novos sinais de vida.
A reconstrução completa do telhado, incluindo a instalação de novas telhas sobre uma estrutura totalmente refeita, representa um marco visível na recuperação da estação, devolvendo gradualmente sua identidade arquitetônica e garantindo proteção à estrutura histórica. O telhado original havia desabado, comprometendo toda a volumetria e colocando em risco o edifício
Outro avanço significativo foi a reconstrução e o reboco de todas as paredes externas da edificação, que haviam sofrido severas rachaduras ao longo dos anos.

Com o processo de restauração em andamento, as paredes e as fundações receberam novo reforço estrutural — etapa fundamental para garantir a segurança e integridade do imóvel.
As próximas fases contemplam melhorias no entorno, com projeto paisagístico que incluirá o plantio de grama, arbustos e sistema de irrigação automática, além da restauração da fonte original e da emblemática caixa d’água, elementos que integram o conjunto arquitetônico da estação.
Estão previstos ainda projetos de iluminação cênica, segurança eletrônica com câmeras e alarmes, drenagem pluvial, cercamento com balizadores e sistema de prevenção e combate a incêndio.
Mais do que preservar estruturas físicas, o projeto busca reviver a dimensão simbólica da estação como espaço de encontro e memória coletiva. A proposta prevê ainda a criação de espaços culturais e de convivência, incluindo áreas para eventos, biblioteca, sala de informática e núcleos administrativos, voltados à formação, pesquisa e valorização da cultura local.
Elo afetivo
“O que vemos hoje é mais do que uma obra — é a retomada de um elo afetivo entre o povo de Engenheiro Corrêa e sua história. A estação está deixando de ser ruína para se tornar um polo de convivência, cultura e pertencimento”, afirma Gilson Antunes, coordenador do projeto.
Para mostrar a real dimensão da transformação em curso, foi disponibilizado um tour virtual em 360 graus que pode ser acessado pelo link: https://estacaodeengenheirocorrea.com.br/360-graus/
A iniciativa representa uma conquista para a comunidade local e um exemplo inspirador de como empresas podem atuar como agentes transformadores. Com previsão de conclusão em 2025, a nova Estação de Engenheiro Corrêa surge como um símbolo do reencontro entre passado e futuro — um legado restaurado para as próximas gerações.
Foto: Ane Souz