Durante a 39ª Reunião Ordinária de 2021, realizada na última terça-feira (25), o Secretário Municipal de Defesa Social Juscelino Gonçalves e o Superintendente do Departamento Municipal de Trânsito Jorge Kassis fizeram uso da Tribuna Livre, em atendimento ao requerimento da vereadora Lilian França (PDT), para discutir sobre as ações da Secretaria e da Ourotran no município.
A questão do trânsito e da mobilidade urbana, em especial do transporte público, é um assunto de suma importância, uma vez que abrange os aspectos econômicos, sociais e sanitários recorrentes no município, agravados pelo cenário da pandemia.
Entre os principais questionamentos dos parlamentares está a falta de linhas de ônibus, tanto nos distritos como em algumas localidades da sede e a ausência de sinalização adequada em certas vias.
Para a vereadora Lilian França, a cobrança feita pela Casa Legislativa representa uma parceria entre os Poderes, considerando que o papel dos parlamentares é fiscalizar e apontar as mazelas que afligem o município. “Há pouco tempo fui convidada para participar da Audiência Pública que falava sobre saúde, mas eu acho difícil falar sobre saúde em uma cidade onde nós temos distritos que perderam o transporte público. Como as pessoas vão chegar na cidade se não há transporte público? Eu entendo que a pandemia aumentou a demanda de todos, mas temos que aceitar os desafios e vencê-los”, enfatizou.
Segundo Jorge Kassis, neste começo de gestão, a Ourotran vem encontrando dificuldades para operar e suprir as demandas da população, tendo em vista a falta de pessoal para trabalhar diretamente com a fiscalização nas ruas e nos setores administrativos da Superintendência.
Com relação à situação das linhas de ônibus, o Superintendente explicitou que o Poder Público entrou em diálogo com o Consórcio Rota Real, responsável por realizar o transporte público em Ouro Preto, com o objetivo de certificar que a empresa está cumprindo seu papel. “Entramos em diálogo com o Consórcio Rota Real a partir do momento em que começaram a surgir os mais variados problemas: cancelamento de linhas, atraso de ônibus, lotação acima do permitido durante a Onda Roxa. O Consórcio, por sua vez, apresentou várias planilhas de custo, realizamos diversas reuniões, porém, o concessionário da linha se encontra resistente, alegando ter prejuízos. Já autuamos a empresa e, enquanto esperamos o desenrolar jurídico dessa situação, nós estamos procurando, de forma alternativa, não deixar os distritos desguarnecidos de transportes “, apontou.
Outro ponto ressaltado pelo Superintendente foi a situação da falta de sinalização nas ruas recém asfaltadas e também da ausência de materiais para que sejam feitas as marcações nas vias necessárias. “Muitos bairros foram asfaltados recentemente, porém se encontram sem sinalização. É uma situação que nos preocupa, pois o asfalto é benéfico, mas ele não veio acompanhado de nenhuma sinalização na época, e isso veio repercutir agora, nessa gestão”, destacou.
De acordo com Juscelino Gonçalves, a dinâmica entre os Poderes Legislativo e Executivo deve ser incentivada. “Estamos passando por grandes dificuldades durante essa pandemia, uma vez que esta tem esse condão de agravar as mazelas da sociedade. Então, o que a gente tinha de problema foi duplicado, e às vezes a nossa Secretaria deve ter esse pulso firme para atenuar a situação e tentar minimizar o impacto da doença na nossa cidade”, disse.
Juscelino também explicitou sobre as regulações feitas no município, principalmente sobre as jardineiras. Segundo o Secretário, devido à proliferação dos veículos por conta do turismo, foi necessário regular as formas de atuação do transporte, haja vista que muitos estavam infringindo diversas regras de trânsito. “É necessário que estes veículos passem por inspeções, pois a maioria deles são antigos e podem representar problemas para a circulação nas vias e também para os pedestres. O papel da Secretaria de Defesa é regular a segurança dos veículos e onde eles podem parar. Já existem leis específicas para isso, vamos apenas exigir o cumprimento desta lei”, frisou.