Iluminado pelo tema “Mulheres presença forte na defesa da vida” e o lema “o meu desejo é a vida do meu povo” (Est 7,3), o 6° Encontro Arquidiocesano de Mulheres foi um espaço de escuta, acolhida e fortalecimento. Realizado em Carandaí (MG), na Região Pastoral Sul, o encontro reuniu mais de 200 participantes nos dias 6 e 7 de março.
Desde a celebração de abertura, presidida pelo coordenador da Dimensão Sociopolítica, padre Geraldo Martins, e pelo vigário episcopal da Região Sul, padre José Julião da Silva, até a oração de encerramento foi expressiva a participação das mulheres.
“O encontro deu condições de ajudar muitas mulheres da arquidiocese a ressignificar suas histórias a partir das reflexões, rodas de conversa e troca de experiência que fizemos. Tenho certeza que com toda sua dinâmica e expressiva participação de mulheres o 6° Encontro de Mulheres nos ajudou a avançar rumo a construção da sociedade do bem viver e conviver. Nós, mulheres carandaienses que com tanto carinho e entusiasmo abraçamos este desafio e esta causa saímos com a certeza de que mulher é mesmo sinônimo de teimosia, profecia e resistência, como a rainha Ester e como Maria a mãe de Jesus”, afirmou Leci Nascimento, da integrante da comissão de organização.
Segundo ela, acolher o encontro em Carandaí foi acolher um pedido de Jesus. “A cristã leiga e o cristão leigo são chamados a serem sal e luz nos diversos espaços que estiverem! Vejo que para nós carandaienses acolher este Encontro de Mulheres da Arquidiocese foi cumprir este pedido de Jesus. Receber e ajudar na organização foi uma grande oportunidade de nos fortalecer na fé e na amizade, na criatividade (foi bonito ver as mulheres talentosas e criativas usarem seus dons), de um rico tempo de aprendizagem da história das lutas das mulheres, da importância do protagonismo feminino, de exercitar o trabalho coletivo, a acolhida, a partilha, a escuta”, salientou.
Mesa de debate
No sábado pela manhã, uma mesa de debates contribuiu com as reflexões desta edição. A mesa foi composta por Edwiges Costa e Carlúcia Maria Silva e teve mediação de Bruna Monalisa. A primeira a falar foi Edwiges. Ela trouxe um pouco da realidade das mulheres jovens para o debate e lembrou que também é preciso trabalhar essa temática com os homens.
“Precisamos estar atuando nas pastorais e movimentos para fortalecer esse debate. Existem muitas pessoas distorcendo a luta das mulheres. E nós queremos desconstruir a realidade em nossas casas, trabalhos, escolas”, disse.
Edwirges também citou a campanha da Pastoral da Juventude de enfrentamento à violência contra o ciclo das mulheres. “Queremos quebrar todos os ciclos, queremos desconstruir. Vamos reconstruir uma nova sociedade. E vamos fazer essa reconstrução com formação. Precisamos discutir todos os tipos de violência enfrentados pelas mulheres. A medida que o debate e a reflexão vão acontecendo, nós vamos nos libertando”, afirmou.
Em seguida, Carlúcia fez sua fala. Ela comentou sobre a necessidade de estar em movimento e sobre a diversidade de realidade das mulheres. “Aprendemos em nossas pastorais a nossa chamada ‘paciência histórica’. E precisamos disso, ter paciência e continuar na luta. Ter uma paciência que nos move e nos leva a agir. O tema deste encontro já nos dá ideia e um movimento. Este encontro é para nós um tempo de oração, reflexão e ação”, disse.
Ela continuou dizendo que cada mulher carrega uma história. “Somos muitas e cada uma traz a sua história e uma realidade de resistência. Algumas são jovens, outras são mães, outras adultas, outras avós, algumas sobrevivem do trabalho. São diversas, somos diversas e de diferentes condições. Mas todas nós carregamos a condição de ser mulher”.
Carlúcia também destacou a importância das mulheres atuarem nos Conselhos de Direitos. “É preciso que nós mulheres voltemos a nos organizar e voltemos a estruturar os espaços institucionais. Como fortalecer os nossos conselhos? Esses são espaços e ferramentas de garantir direitos e de transformar essa realidade injusta que temos. Isso é uma demanda e é um compromisso que nos remete a nossa condição de batizados, a nossa condição de fé”, disse.
Na parte da tarde, as participantes foram divididas em grupos para as rodas de debates e partilha. O encontro foi encerrado com uma oração de envio.
Fonte: Arquidiocese de Mariana