Israel aconselhou, nesta segunda-feira (23), os libaneses a se manterem afastados dos alvos do Hezbollah, no sul do Líbano, à medida que deu início a intensos ataques contra alvos pertencentes ao movimento xiita.
“Aconselhamos os civis das aldeias libanesas situadas dentro ou perto de edifícios e áreas utilizadas pelo Hezbollah para fins militares, tais como as utilizadas para armazenar armas, a procurar abrigo imediatamente para sua própria segurança”, disse o porta-voz do Exército, contra-almirante Daniel Hagari, em entrevista hoje.
Os libaneses também receberam mensagens nos seus celulares, enviadas por Israel, determinando que se afastem pelo menos mil metros de qualquer posto usado pelo Hezbollah.
O alerta foi dado momentos antes de o Exército israelense ter anunciado que deu início a ataques intensos contra alvos terroristas pertencentes ao movimento xiita.
“As IDF estão atualmente promovendo ataques contra alvos pertencentes à organização terrorista Hezbollah no sul do Líbano”, anunciou o Exército em seu canal oficial no Telegram.
O Exército israelense prometeu continuar a atacar o Hezbollah, alertando que vai fazer “ataques maiores e mais precisos contra alvos terroristas que foram amplamente estabelecidos no Líbano”.
O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, também deixou mensagem ao povo de Israel, aconselhando a “permanecerem calmos, disciplinados e a obedecer integralmente às instruções do comando da linha de frente”.
Ataques
Durante a manhã de hoje foram relatados ataques contra alvos do Hezbollah, após um fim de semana em que os dois lados trocaram o fogo mais intenso desde que a guerra em Gaza começou, em outubro passado.
A agência ANI informou que “aviões de guerra inimigos lançaram mais de 80 ataques aéreos em meia hora”, visando zonas do sul do Líbano, ao mesmo tempo que iniciaram “intensos ataques no vale de Bekaa”, no leste do país.
Há relatos de mais de 200 vítimas fatais nos ataques da manhã desta segunda-feira.
Batalha de ajuste de contas
No domingo, o número dois do Hezbollah anunciou que o movimento islâmico libanês entrou em “nova fase” na guerra contra Israel, que descreveu como “batalha de ajuste de contas”.
“As ameaças não nos vão deter. Estamos prontos para todos os cenários militares” contra Israel, disse Naim Qassem durante o funeral de um dos comandantes do grupo, morto na sexta-feira (20) em ataque israelense em Beirute.
Por sua vez, o chefe do Estado-Maior do Exército de Israel, Herzi Halevi, disse que seu país está “preparado para as próximas etapas planejadas para os próximos dias”.
Ele prometeu continuar a atacar o Hezbollah até que seja seguro para a população retirada do norte de Israel regressar às suas casas.
O regresso ao norte de Israel de dezenas de milhares de moradores que fugiram dos ataques do Hezbollah foi definido como um dos objetivos de guerra do governo israelense.
“Estamos determinados a garantir que as pessoas no norte possam regressar às suas casas em segurança. Nenhum país pode tolerar disparos contra o seu povo, as suas cidades, e nós também não toleraremos isso”, disse Halevi.
O conflito entre Israel e o Hezbollah intensificou-se após os sucessivos ataques da semana passada, que deixaram dezenas de mortos e milhares de feridos no Líbano.
Na sexta-feira, um ataque aéreo israelense no sul de Beirute matou 45 pessoas, incluindo um comandante do Hezbollah e mais 16 integrantes do grupo.
Os ataques continuaram no fim de semana, com o Hezbollah lançando 150 foguetes contra Israel, depois de Tel Aviv ter realizado ataques aéreos no sul do Líbano que teriam destruído milhares de lançadores de foguetes da milícia.
Foto: Mohamed Azakir/Reuters