Mundo em chamas: Fogo ardeu em Minas e bacias hidrográficas sofreram

Foto: Carlos Eduardo Nunes - Kako
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Minas Gerais registrou uma média de 42 incêndios florestais por dia em 2020. Conforme levantamento do Corpo de Bombeiros, foram 12.640 focos em terras mineiras, de janeiro a agosto deste ano. Os números já ultrapassam os de janeiro a agosto de 2019 (12.528) e a bacia do Rio das Velhas é uma das atingidas.

Em 2020, a Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) foi umas das mais prejudicadas, com 673 focos de incêndio. No Parque Estadual da Serra do Rola Moça as chamas queimaram a vegetação da montanha no limite com Brumadinho por pelo menos dois dias.

O Parque Monumento Natural da Serra da Moeda, também na RMBH, teve cerca de mil dos 2.400 hectares consumidos por um incêndio que durou seis dias, em meados de setembro. Já na cidade de Pedro Leopoldo, parte de uma mata foi queimada às margens de uma rodovia.

Região de Acuruí, em Itabirito, teve centenas de hectares queimados e combate ao fogo deu trabalho.

O Parque Nacional da Serra do Gandarela não ficou de fora desse triste cenário. Na segunda quinzena de setembro, um incêndio de grandes proporções teve início na região da Cachoeira Chica Dona, se alastrando pela Serra de Ouro Fino, próximo ao distrito de Acuruí, em Itabirito, devastando uma área considerável dos campos da região.
Este cenário de destruição se repetiu no início deste mês no Parque Estadual do Itacolomi, em Ouro Preto e também na Serra do Cipó.


Controle de incêndios

Em Minas Gerais, o controle dos incêndios é realizado por militares do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, brigadistas do Instituto Chico Mendes (ICMBio), voluntários, equipes do Exército Brasileiro e do Instituto Estadual de Florestas (IEF), com o apoio de aeronaves.

O analista ambiental do ICMBio e instrutor da brigada de incêndio do Parque Nacional da Serra do Cipó, Edward Elias Junior, esclarece o que é preciso para evitar incêndios em áreas florestais. “Para fortalecer as ações dos brigadistas, é necessário que este importante tema extrapole as esferas da conservação e que sejam tratados com a devida importância, pois os incêndios afetam setores como a agricultura, economia, saúde e o bem-estar social. Também é importante que as queimadas deixem de ser tratadas como pauta apenas no período seco, como catástrofe a ser noticiada. Além disso, é preciso fornecer informações e conhecimentos sobre as ações de prevenção, o uso adequado e ecologicamente correto do fogo e as boas práticas que toda a população pode adotar para evitar os incêndios no período mais seco do ano”.

O mundo em chamas

Imagem aérea mostra chamas consumindo a região do pantanal matogrossense. Foto: Mayke Toscano.

Uma onda de calor sem precedentes tem intensificado as queimadas numa escala nunca vista antes. Nos EUA, França e Austrália os incêndios florestais bateram recorde e já fizeram vítimas. No Brasil, desde maio focos intensos de queimadas ocorrem na Amazônia, Pantanal e Cerrado. Com a diminuição das chuvas, o número de focos e a intensidade do fogo aumentam em escalas exorbitantes.

Dados da Nasa, a agência espacial dos Estados Unidos, e do Sistema Copernicus, da União Europeia, revelam que os incêndios em Nova Gales do Sul (Austrália), no Ártico Siberiano, na costa oeste dos Estados Unidos e no Pantanal brasileiro foram os maiores de todos os tempos, com base nos 18 anos de dados sobre incêndios florestais globais compilados pelas organizações.

O fogo em paisagens naturais, que na maioria das vezes tem origem na ação humana, é geralmente usado para limpar áreas para o uso agropecuário e também no processo de desmatamento. Por isso, fogo e desmatamento têm tudo a ver. Até porque, floresta saudável é mais resistente ao fogo.

Fonte:CBHVelhas

Foto Capa: Carlos Eduardo Nunes – Kako

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