Dia 15 de abril, Dia Nacional da Conservação do Solo.

A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura estima que 33% dos solos do mundo e 52% dos solos agrícolas estão degradados, principalmente por erosão, compactação e contaminação.

Conservar o solo para combate as mudanças climáticas e restaurar áreas degradadas, tarefas fundamentais.
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“Dia 15 de abril é comemorado o Dia Nacional da Conservação do Solo, oficializado pelo decreto de lei nº 7.876, de 13 de novembro de 1989. A escolha desta data é uma homenagem ao conservacionista norte-americano Hugh Hammond Bennett (1881 – 1960), considerado o “pai da conservação do solo” nos Estados Unidos e um modelo para todas as outras nações. Juntamente com a celebração desta data, é necessário ressaltar a importância do solo nas diversas ações que estão sendo planejadas e executadas por diferentes iniciativas dentro da Década das Nações Unidas da Restauração de Ecossistemas (2021-2030).

A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura estima que 33% dos solos do mundo e 52% dos solos agrícolas estão degradados, principalmente por erosão, compactação e contaminação. Estes dados são preocupantes, uma vez que o solo fornece diversos serviços ecossistêmicos e tem papel chave na mitigação das mudanças climáticas e na restauração de ecossistemas. Entre os aspectos chaves do solo destacam-se a base para a produção de alimentos, a atuação como filtro e reservatório de água, além de ser imprescindível para a existência humana e o desenvolvimento sustentável.

O solo é vivo e é a base de todos os ecossistemas. Em um ambiente degradado, a recuperação do solo é primordial e uma das primeiras etapas da restauração. O movimento global Save Soil coloca como foco geral a incorporação de matéria orgânica no solo. Assim, as atividades de recuperação e conservação têm como estratégia central a inserção de resíduos vegetais, a diversificação de espécies visando a rápida cobertura do solo e a manutenção da atividade microbiana. 

Em Brumadinho (MG) cerca de 297 hectares de solo foram diretamente impactados pelo rompimento da barragem B1, em janeiro de 2019, sendo 146 ha de área florestal e mais de 150 ha compostos por pastagens, atividades agrícolas, pecuária, entre outras.

Por meio do correto manejo do solo é possível acelerar a resolução de diferentes problemas ecológicos, uma vez que solos saudáveis produzem plantas saudáveis, animais saudáveis, água saudável e clima saudável.

O processo de recuperação ambiental só é iniciado após a liberação das áreas pelo Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais e demais órgãos públicos, que ocorre por trechos. Quando a área é liberada e o rejeito é removido chega-se a “Cota Zero”, ou seja, área com a presença de terreno natural. Neste momento são iniciados estudos para caracterização, reconformação e recuperação dos solos. Atualmente, na área diretamente atingida pelos rejeitos, 3,3 ha já foram liberados e já se encontram em processo de recuperação desde 2020. Outros 3 ha terão a recuperação iniciada em 2022. De maneira geral, o processo de recuperação é iniciado com a remoção dos rejeitos, limpeza da área, reconformação, semeadura e plantio de espécies arbóreas. Além da inserção de abrigos para atração de fauna.

O expressivo volume de dados obtidos em estudos e em diversas campanhas de monitoramento nos permite avaliar de forma satisfatória o andamento das atividades de recuperação da área impactada, em especial sobre a qualidade dos solos que constitui um componente fundamental no processo de recuperação ambiental. Sua futura contribuição para importantes serviços ecossistêmicos trará benefícios diretos para a qualidade ambiental e, consequentemente para a saúde e qualidade de vida dos seres vivos”.

*Por Professor Igor Assis ( Departamento de Solos/UFV e Diego Aniceto ( Analista ambiental da Vale).

Foto: CPT e UFMG

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