Menos de 3% dos brasileiros destinam parte do I.R. para projetos socioculturais

Direcionamento de valor abatido no Imposto de Renda para causas sociais ainda está muito longe do ideal

Menos de 3% dos brasileiros destinam parte do I.R. para projetos socioculturais
Renato Paixão_Crédito - Carlos Macedo
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Quando nos dispomos a fazer uma doação, é natural que queiramos saber para onde e para quem o dinheiro será destinado. E é justamente por isso que o movimento I.R. do BEM existe: para dar mais transparência e clareza aos contribuintes que desejam apoiar causas sociais. Criado por Renato Paixão, diretor da VR Projetos, o projeto é voltado para pessoas físicas que declaram Imposto de Renda pelo formulário completo, permitindo que parte do valor devido ao governo seja destinado para projetos escolhidos pelo próprio contribuinte.

Atualmente, mais de 14 milhões de pessoas têm a oportunidade de destinar parte do I.R. para projetos sociais que precisam de apoio para sair do papel, dar continuidade às atividades ou ampliar o alcance das ações. Se considerarmos esse número, são quase 10 bilhões de reais que poderiam ser direcionados para projetos anualmente. Infelizmente, muitas causas sociais ainda aguardam incentivos fiscais e a baixa taxa de doações é um dos motivos que prolonga essa espera.

Em 2022, as declarações relativas ao ano fiscal de 2021 poderiam ter chegado a R$ 9,65 bilhões, mas apenas R$ 278,73 milhões (2,88% do total) foram destinados por contribuintes a causas ligadas às crianças, adolescentes e idosos, segundo dados fornecidos pela Receita Federal. Embora o valor seja maior do que o do ano anterior, ainda está muito abaixo do que poderia ser.

A professora aposentada Cynara Kessler é uma das que fazem a sua parte desde 2013, ano em que o programa do I.R. do BEM foi lançado. Ela foi a primeira doadora da capital gaúcha e destina parte do seu imposto para projetos que envolvem crianças. Ano passado, por exemplo, ela escolheu a Fundação Dorina Nowill, que se dedica à inclusão social das pessoas cegas e com baixa visão. Já este ano, ela optou por apoiar o Instituto do Câncer Infantil de Porto Alegre.

Para Cynara, fazer parte do movimento I.R. do BEM traz segurança e transparência, já que a VR Projetos se envolve em todas as iniciativas que apoia. “Dessa maneira tenho a opção de escolher onde aplicar o dinheiro do meu I.R. e ter uma noção de onde ele será usado”, explica a professora. Renato Paixão complementa: “Todos os projetos de alto impacto sociocultural ou educacional que apresentamos passam por um criterioso processo de seleção que exige que estejam alinhados às nossas diretrizes (missão, visão e valores), em dia com os órgãos reguladores e aptos para a captação”.

Para o fundador do movimento I.R. do BEM, é uma grande alegria ser o canal que possibilita a transformação de vidas. “Existem apenas duas opções para quem paga o I.R.: lamentar a alta carga tributária e deixar tudo para o governo federal ou conhecer o Lado Bom do Imposto, utilizando parte do I.R. para ações transformadoras”, finaliza Paixão.

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