De um superávit de quase US$ 51 bilhões em 2020, US$ 35 bilhões vieram do bloco asiático. Com os “aliados” Estados Unidos, déficit
Por Vitor Nuzzi, da RBA
Depois de passar o ano com integrantes do governo ou aliados atacando a China e provocando incidentes diplomáticos, o Brasil fechou 2020 com quase 70% de seu superávit comercial vinculado ao país asiático, que continua sendo o principal parceiro comercial. O saldo comercial com a China totalizou US$ 50,99 bilhões, crescimento de 7% em relação ao ano anterior, informou o Ministério da Economia. Mas tanto as exportações (-6,1%) como as importações (-9,7%) caíram. Foi a segunda queda seguida.
As vendas brasileiras ao exterior caíram 2,7% no setor extrativo (petróleo) e despencaram (11,3%) na indústria de transformação. As exportações se sustentaram na agropecuária, com alta de 6%. Aumentaram as vendas de café não torrado, soja, algodão, carne bovina e minérios (ferro, cobre e níquel). E caíram as de pescado, milho não moído, minério de alumínio, celulose e aeronaves.
Compras e vendas
De janeiro a dezembro, as exportações somaram US$ 209,92 bilhões, queda de 6,1% ante 2019 com base na média diária. Já as importações totalizaram US$ 158,93 bilhões, retração de 9,7%.
As vendas do Brasil para a Argentina caíram 12,7% e para a União Europeia, 13,3%. Para os Estados Unidos, do “aliado” Donald Trump, as exportações brasileiras tiveram queda ainda maior, 27,2%, somando US 21,46 bilhões. Já para o bloco China, Hong Kong e Macau, alta de 7,3%, para US$ 70,08 bilhões.
Importações caem
Em relação às importações, houve retração em todos os casos: Argentina (-25,6%), Estados Unidos (-19,2%), União Europeia (-12,9%) e China, Hong Kong e Macau (-2,7%).
Assim, o Brasil teve pequeno superávit com a vizinha Argentina (US$ 60 bilhões) e com a União Europeia (US$ 1,52 bilhão). Registrou déficit de US$ 2,66 bilhões nas transações com os Estados Unidos. Com a China, saldo comercial de US$ 35,44 bilhões – ou 69,5% de todo o superávit do ano.