A pedido de Lula, GT de comunicação prepara programa de conexão por banda larga mais barata

Programa atenderia especificamente população inscrita no CadÚnico do governo federal

Proposta do presidente eleito seria criar um programa similar ao "Luz para Todos" com foco na universalização da internet - Marcello Casal Jr./Agência Brasil
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O Grupo de Trabalho de Comunicação do governo de transição deve apresentar ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a proposta de barateamento da conexão por banda larga. O objetivo desta proposta seria ampliar o acesso à internet e reduzir a desigualdade digital, segundo integrantes da equipe.

A iniciativa teria como foco a população inscrita no Cadastro Único do governo federal, banco de dados que reúne brasileiros de baixa renda.

Segundo informações do jornal Folha de S. Paulo, a proposta teria sido encomendada diretamente pelo presidente eleito Lula. Ele sugeriu à equipe a criação de um programa similar ao “Luz para Todos” com a meta de universalizar o acesso à internet no Brasil

“Chegamos à conclusão de que a prioridade é baratear o acesso por banda larga, já que muitas pessoas não estão conectadas por causa do preço”, afirmou Paulo Bernardo, integrante do GT de comunicação e ex-ministro das Comunicações e Planejamento.

O programa Luz para Todos foi criado no primeiro mandato do governo Lula, em 2004. O objetivo central era expandir a rede de transmissão de energia para quem não tinha acesso à luz elétrica.

Os detalhes sobre a criação do novo programa com foco na internet serão divulgados neste domingo (11), com a apresentação do diagnóstico geral feito pela equipe de comunicação da transição.

Segundo o ex-ministro Paulo Bernardo, a ideia é estipular uma “tarifa social” para garantir acesso de qualidade à internet para as famílias inscritas no Cadastro Único. Além da tarifa, o grupo também vai apresentar sugestões para universalizar a internet com reforço da infraestrutura para conectar zonas rurais e expandir a conexão nas escolas.

Internet para além da conexão

No final de novembro, o Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC) e outras entidades do setor enviaram uma carta ao governo de transição listando uma série de medidas para o novo governo.

Entre os pontos priorizados na carta, estão a universalização da internet, a garantia da diversidade e pluralidade na rede, regulação das plataformas e o fortalecimento de mídias alternativas.

A carta também recomenda a recuperação do caráter público e o fortalecimento da EBC, a Empresa Brasileira de Comunicação que reúne, entre outros veículos, a Agência Brasil e a TV Brasil.

Esta não é a primeira que os governos do PT investem no assunto conexão digital. Em 2010, no final do segundo mandato de Lula, foi criado o Programa Nacional de Banda Larga, que tinha a meta de massificar o acesso à internet no Brasil. O programa foi aperfeiçoado no governo Dilma Rousseff, quando Paulo Bernardo era o ministro das Comunicações.

Segundo dados do instituto Cetic, 82% dos domicílios brasileiros têm acesso à internet. Entre as pessoas que conseguem ter acesso à internet, 64% só acessam pelo celular, muitas vezes com conexões precárias.

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