Após 6.500 mortos, Espanha paralisa todas as atividades não essenciais no combate a pandemia

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A tendência de aumento do número de mortos por coronavírus nos últimos dias levou o Governo espanhol a endurecer o confinamento dos 47 milhões de espanhóis. O presidente do Governo (primeiro-ministro) Pedro Sánchez anunciou que neste domingo será aprovada, por um Conselho de Ministros extraordinário, a limitação total de movimentos, salvo dos trabalhadores de atividades essenciais. A medida estará vigente entre segunda-feira e 9 de abril. O Governo havia resistido a tomar essa decisão, apesar dos crescentes pedidos da oposição e de seus aliados, devido ao impacto econômico que ela terá.

O confinamento generalizado da população ocorre após a Espanha ter superado os 78.000 contágios e 6.590 mortos pela Covid-19. Os aliados de Sánchez,  incluindo o Unidas Podemos (UP, de esquerda), pressionavam para que fossem adotadas medidas mais drásticas. O Executivo iniciou a semana hesitando em endurecer ainda mais a restrição de movimentos, mas mudou após ver como a cifra de mortos disparou nas últimas 48 horas. O objetivo é reduzir, durante as próximas semanas, a mobilidade aos níveis existentes nos fins de semana, mas que aumenta nos dias de trabalho.

Sánchez afirmou, em anúncio transmitido por vídeo, que durante os dias em que for aplicada essa permissão os trabalhadores “continuarão recebendo seu salário com normalidade”. Quando terminar a situação de emergência sanitária, os empregados recuperarão as horas de trabalho não prestadas de maneira paulatina. A redução extrema da mobilidade estará vigente praticamente até que o atual prazo do estado de alarme acabar.

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Apesar dos avisos do Governo de que “o pior” estava por chegar, os quase 4.000 mortos e 44.000 infectados regitrados no domingo passado já antecipavam um cenário assustador. “Na Espanha, vivemos as horas mais tristes e amargas. No último fim de semana, informamos que esta semana seria muito dura. À medida que nos aproximamos do ápice da curva, o vírus nos golpeia com uma violência brutal. Quando a batalha se torna mais intensa, não é hora de baixar a guarda. É hora de intensificar a luta”, disse Sánchez para justificar o aumento das restrições.

Madrid virou uma cidade fantasma após as mais de 6.500 mortes pelo pandemia do Covid-19 na Espanha. Foto:RF1.fr

A situação é crítica após dois dias de aumento do número de mortos ―832, segundo a última cifra do Governo―, apesar das expectativas otimistas de meados da semana. A curva não se achata e continua sem atingir o pico de contágios. “Enquanto isso, tudo o que posso oferecer é sacrifício, resistência e ânimo de vitória”, disse Sánchez, resumindo o drama que atinge o país.

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