Início Cidades João Monlevade Após charge ofensiva às mulheres, Câmara aciona Polícia

Após charge ofensiva às mulheres, Câmara aciona Polícia

Proposta apresentada por parte dos vereadores monlevadenses divide opiniões e causa rebuliço após ofensas jocosas de cunho sexual contra as servidoras do legislativo ser publicadas com charge pejorativa nas redes sociais.

Mesmo com todos os problemas enfrentados na atualidade, que incluem pandemia, desemprego e serviços sucateados, uma proposta de contratação de assessores para os vereadores na Câmara de João Monlevade suscitou uma grande polêmica.
Fora os debates contra ou a favor, a publicação de uma charge pejorativa, ofensiva e discriminatória contra as mulheres, ao aludir as novas contratações, revoltou funcionárias da Câmara, legisladores e organizações femininas da cidade.
Postada em página anônima no Facebook e rapidamente apagada, a charge do cartunista Carlos Coelho (Capissoba) tinha dizeres ofensivos, insinuando que as mulheres gostariam de ser assessoras, e que, ” se rolar, o pau vai comer”, com os dizeres direcionados ao órgão sexual feminino.
A reação da Câmara foi imediata, com emissão de nota de repúdio, na qual se presta solidariedade ás servidoras, às mulheres, além de fazer representação na Polícia Civil para apurar e punir os responsáveis.
Em um dos trechos, a Câmara menciona que “O agressor, em clara discordância política, usou de uma ação baixa e totalmente mentirosa. O proprietário do perfil publicou em rede social uma charge de uma silhueta feminina com dizeres depreciativos às mulheres e inclusive com conotação sexual, em que propaga a totalmente equivocada e difamatória impressão de favores íntimos em troca da ocupação de cargo que cita como “assessora de vereador”.


Várias manifestações contra os ataques foram mencionados nas redes sociais e a Associação de Mulheres em Ação de João Monlevade emitiu também uma Nota de repúdio.
Confira:
A AMA – Associação de Mulheres em Ação de João Monlevade e a 75a Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil, através da Comissão da Mulher Advogada, vem a público expressar nossa indignação diante da publicação agressiva, misógina e machista publicada no Facebook no perfil Capissoba Capissoba na data de hoje, a qual retrata a imagem do órgão sexual feminino em alusão à prestação de serviços sexuais para o cargo de assessoria na Câmara Municipal.
A postagem atinge, agride e ofende diretamente a honra de todas as assessoras e candidatas ao cargo e a honra de todas as mulheres e evidencia a necessidade de punições rígidas contra a violência de gênero. A conduta do agente merece rechaço e uma rápida apuração e punição, a fim de coibir esses tipos de práticas que trazem danos irreversíveis à integridade das mulheres. Repudiamos, ainda, com o mesmo rigor, qualquer manifestação de pensamento que iguale ou compare a capacidade intelectual e profissional das mulheres ao seu órgão sexual. Não se pode, sob qualquer ótica, tentar justificar o injustificável ou aceitar qualquer discurso neste sentido. A sociedade não mais permite se levar por ideias machistas e patriarcais, que pregam a subordinação feminina e vinculam a sua capacidade técnica à prática de atos sexuais. A objetificação da mulher será por nós, sempre e veementemente combatida. A mulher, por sua capacidade intelectual, pode e deve ocupar o espaço que quiser, devendo ser, em qualquer que seja a sua função, ser respeitada como ser humano que é! Manifestamos nossa total solidariedade às vítimas e defendemos intervenções de todos os órgãos competentes para a defesa da mulher, para atuar no presente caso. Presentes na sociedade, a violência física, moral, sexual e psicológica contra a mulher, infelizmente, são ainda naturalizadas no nosso País e na internet. São urgentes e necessárias mudanças para reconhecer e combater essas violações de direitos, sejam elas no ambiente físico ou eletrônico.
João Monlevade, 19 de fevereiro de 2021

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