
O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, pediu demissão do cargo nesta sexta-feira (2), após investigações da Polícia Federal sobre fraudes no INSS que desviaram R$ 6,3 bilhões em descontos não autorizados por aposentados.
Os desvios foram iniciados no ano de 2019.
O PDT, partido do agora ex-ministro compõe a base do governo e há dúvidas se isso permanecerá.
Em rede social, Lupi disse: “Entrego, na tarde desta sexta-feira (02), a função de Ministro da Previdência Social ao Presidente Lula, a quem agradeço pela confiança e pela oportunidade”.
Lupi não é formalmente investigado na operação da PF.
O presidente Lula aceitou a demissão de Lupi e nomeou o Secretário-executivo da Previdência, Wolney Queiroz para o cargo de ministro.
Secretário-executivo da Previdência assumirá o Ministério da Previdência Social
Investigações
De acordo com as apurações, entidades de classe, como associações e sindicatos, formalizavam Acordos de Cooperação Técnica (ACTs) com o INSS.
Os acordos permitiam que as entidades fizessem descontos de mensalidades associativas diretamente na folha de pagamento de aposentados e pensionistas do INSS, sem a autorização dos beneficiários.
A Controladoria-Geral da União também apura as irregularidades. A CGU iniciou a auditoria no ano passado, quando fez visitas em todos os estados brasileiros e no Distrito Federal, entre abril e julho do ano passado.

Leia, abaixo, a íntegra da nota do Palácio do Planalto:
“O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu, na tarde desta sexta-feira, 2 de maio, o pedido de demissão do ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, durante audiência no Palácio do Planalto.
O presidente convidou o ex-deputado federal Wolney Queiroz, atual secretário-executivo da Previdência, para ocupar o cargo de ministro.
A exoneração de Lupi e a nomeação de Wolney serão publicadas ainda hoje em edição extra do Diário Oficial da União.”
A mudança marca uma reorganização interna no governo. Carlos Lupi, presidente licenciado do PDT, ocupava o ministério desde o início do terceiro mandato de Lula. Sua saída já vinha sendo especulada há semanas em meio a críticas sobre a condução de temas sensíveis, como a fila do INSS e a reforma administrativa do órgão. Ainda assim, o Palácio do Planalto manteve tom respeitoso e cordial na comunicação de sua saída.
Foto: Ricardo Stuckert e Lula Marques