O meio do ano geralmente é um período propício para uma tradição muito popular em nosso país, que é a prática de soltar pipas e papagaios. Apesar de parecer inocente, essa diversão pode trazer transtornos para a rede elétrica, causar acidentes graves e até fatais com a população. Desde o último fim de semana, dois acidentes deixaram feridos em Minas Gerais, durante a tentativa de resgatar pipas da rede elétrica. Ambos os casos causaram queimaduras, mas, felizmente, não foram fatais.
No último sábado de junho, um homem de 58 anos colocou uma escada no poste no bairro Itatiaia, em Belo Horizonte, e tentou resgatar uma pipa. Ele sofreu queimaduras nas mãos e a tentativa deixou a rua sem energia elétrica. Já na última terça-feira (30/6), em Ipatinga, na região do Vale do Aço, um garoto de 11 anos sofreu queimaduras e caiu da laje ao tentar retirar um papagaio da rede elétrica com um bastão de metal.
Somente nos cinco primeiros deste ano, ocorrências relacionadas a pipas prejudicaram mais de 230 mil clientes em Minas Gerais com falta de energia. Apenas na Região da Mantiqueira, essa brincadeira deixou 31 mil clientes sem luz. Em 2019, incidentes com pipas causaram 1.771 ocorrências na área de concessão da Cemig, que prejudicaram 504 mil clientes.
De acordo com dados da Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel), de janeiro a maio de 2020, aconteceram seis acidentes envolvendo pipas e a rede elétrica no Brasil, que resultaram em cinco mortes.
O gerente de Saúde e Segurança do Trabalho da Cemig, João José Magalhães, alerta que não se deve tentar resgatar pipas presas na rede elétrica
“As redes de distribuição, de transmissão e as subestações da Cemig são construídas dentro dos padrões das normas técnicas brasileiras com características e distanciamento que são seguros e a aproximação indevida tem sido o motivo dos principais acidentes com a rede elétrica da companhia”, alerta.
João José Magalhães também destaca que os pais devem orientar seus filhos a praticar esse tipo de brincadeiras em locais descampados e longe da rede elétrica. “Em ambientes urbanos é muito difícil termos locais sem rede elétrica área. Dessa forma, os pais devem procurar locais afastados e que não possuam fiações próximas. Além disso, o uso de cerol ou linha chilena pode causar acidentes tanto para a própria pessoa que está brincando quanto para outras pessoas, principalmente motociclistas”, destaca.
Neste ano, já aconteceram acidentes graves em Minas Gerais. Em junho, tivemos dois casos que causaram mortes na região Norte do estado. Em Montes Claros, uma motociclista, de 46 anos, morreu ao ser atingida no pescoço por uma linha chilena. Em Bocaiúva, outra motociclista, de 24 anos, também foi morta por essa linha cortante.
Foto: Cláudio Vieira pmsjs e Lavras Tv