Arquivo Público Municipal nasceu em 1751, comprova registro encontrado

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Durante uma pesquisa despretensiosa de uma das funcionárias do Arquivo Público Municipal em um livro antigo, a surpresa! A preocupação em guardar os documentos produzidos pelo governo se deu muito antes do que até então era imaginado. No livro de Acórdãos de Vereanças de 1751, o registro encontrado por Kátia Nunes comprova que o Arquivo Público Municipal de Ouro Preto foi, na verdade, criado naquele ano.

“Antes a gente usava como primeira data para início da construção do acervo, a criação do Arquivo Público Mineiro. O achamento desse acordão dos vereadores já com a preocupação de se criar um espaço para ordenação da documentação até então produzida pela Câmara de Vila Rica, dá pra gente uma ideia do quão antigo e importante esse acervo é, tanto para a cidade quanto para Minas Gerais”, explica a responsável pelo Arquivo Municipal, Helenice Oliveira.

O Arquivo Público Mineiro data de 1895, por iniciativa do pesquisador, jornalista e político José Pedro Xavier da Veiga. “A criação da Guarda em 1751 dá uma ideia de que entre 1711 e 1751 já havia realmente um acúmulo muito grande de documentos e precisava se ter uma organização”, conta Helenice.

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Transferência da documentação para a capital mineira

Quando Belo Horizonte foi inaugurada, em 1897, os arquivos foram sendo transferidos aos poucos para a nova capital, como foi o caso do Livro 1 da Câmara de Vila Rica. Até 1910 ainda houve o recolhimento de documentos. O que foi deixado para trás passou a integrar o acervo do Arquivo Municipal, que, agora se sabe, é ainda mais antigo do que o próprio arquivo estadual.

Acervo

O acervo do Arquivo Público Municipal é composto pela documentação administrativa do município de Ouro Preto. É divido em fundos: há o Fundo da Câmara Municipal de Ouro Preto, que teve uma documentação exclusiva até 1931, quando foi criada a Prefeitura Municipal de Ouro Preto. A partir daí, começou a existir também o Fundo PMOP, o qual abrange os documentos produzidos pelo executivo.

Há alguns anos, o Arquivo também começou a recolher arquivos pessoais de moradores da cidade, entre eles estão os arquivos do Xavier da Veiga e do Tonico Zelador, “quando ele morreu, uma amiga dele achou importante que parte do que ele guardou do trabalho que ele fazia com a limpeza da cidade ficasse conosco, para que as próximas gerações conhecem um morador da cidade. É o nosso xodó”, conta a responsável pelo arquivo.

Arquivo aberto à população

O acervo conta com mais de 1500 livros e uma documentação avulsa que é medida por metros lineares e, segundo Helenice, preenche alguns quilômetros.

Há visitas monitoradas e também é aberto à pesquisa de segunda a sexta, das 13h às 17h.

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