Ataque ucraniano incendeia refrigerador da usina nuclear de Zaporozhie; não há risco, diz governador

Kiev nega participação

Essa não é a primeira vez que as Forças Armadas da Ucrânia atacam a central nuclear de Zaporozhie, diz a Rússia.
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Um bombardeio ucraniano a cidade de Energodar causou, neste domingo (11), um incêndio no sistema de refrigeração da usina nuclear de Zaporozhie.
Segundo o governador da região, Yevgeny Balitsky, não há risco de desastre nuclear.
“Atualmente, todas as seis unidades de energia da usina estão em desligamento a frio, não há ameaça de explosão de vapor ou outras consequências. O nível de radiação ao redor da usina nuclear e da cidade de Energodar é normal”, escreveu Balitsky em seu canal do Telegram.

De acordo com ele, o Ministério para Situações de Emergência está trabalhando no local do incêndio e as chamas estão sendo extintas.
“Por favor, mantenham a calma, não há ameaça. Junto com a gerência da estação, estamos mantendo a situação sob controle. Confiem apenas em informações verificadas e oficiais. A situação está completamente sob controle e não acarreta nenhuma consequência para a estação ou moradores.”
A diretora de comunicações da estação de Zaporozhie, Yevgenia Yashin, afirmou à Sputnik que o ataque ucraniano não deixou vítimas.

‘Terrorismo nuclear’ diz Ministério russo


Essa não é a primeira vez que as Forças Armadas da Ucrânia atacam a central nuclear de Zaporozhie, diz a Rússia.
A representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, destacou a falta de resposta apropriada da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) sobre este e os demais ataques.

Usina nuclear de Zaporozhie em imagem de maio deste ano. Foto: Sputnik / Aleksei Kudenko


“Onde estão Rafael Grossi [secretário-geral da agência] e todos da AIEA? Onde há algum semblante do trabalho dessa estrutura da ONU nesta área crítica?”
“Os terroristas em Kiev, sob a liderança do Ocidente, destruíram o seu país, mataram o povo da Ucrânia, minaram a energia global e a segurança alimentar, e agora iniciaram o terror nuclear no continente”, disse Zakharova.

Grossi já alertou no passado sobre o perigo desses ataques à central e apelou pela manutenção da integridade física da central.
“Esses ataques imprudentes devem parar imediatamente. Embora felizmente desta vez não tenham causado um incidente radiológico, aumentaram consideravelmente o risco na central nuclear”, disse Grossi em uma reunião do Conselho de Segurança da ONU sobre o tema em abril deste ano.

Rosatom

A empresa estatal russa, Rosatom, responsável pelas atividades nucleares no país, afirmou que o ataque pode ser caracterizado como um ato de “terrorismo nuclear”.
“Gostaríamos de chamar a atenção para o fato de que o ataque de hoje foi realizado no equipamento da usina nuclear cuja principal tarefa é resfriar a água durante a operação normal da usina. Assim, esse evento pode ser caracterizado como um ato de terrorismo nuclear por parte das autoridades ucranianas.”
Através de suas redes sociais, a AIEA informou que especialistas foram informados sobre o ataque de drone à torre de resfriamento da usina de Zaporozhie.
Zaporozhie é a maior central nuclear da Europa e está entre as dez maiores do mundo. Ao todo, ela possui seis reatores capazes de gerar 950 MW cada.

Kiev nega


Em postagem no X, o presidente ucraniano negou que Kiev tenha atacado a usina, escrevendo que “os ocupantes russos começaram um incêndio no território da Usina Nuclear de Zaporizhzhia”.
“A Rússia deve ser responsabilizada por isso. Somente o controle ucraniano sobre a NPP de Zaporizhzhia pode garantir um retorno à normalidade e à segurança completa”, acrescentou.

Foto: Sputnik / Konstantin Mikhalchevsky

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