“Quase mil atingidos por barragens participaram hoje (16) de setembro, dia de luta do movimento, de manifestação contra decisões judiciais a favor das mineradoreas.
Eles se concentraram na Praça do Papa, pela manhã. O grupo seguiu em marcha até o Tribunal de Justiça de Minas Gerais, denunciando a impunidade e lentidão da Justiça na contratação das Assessorias Técnicas.
À tarde, atingidos e atingidas acompanharam a última audi~encia da CPI da Câmara dos Deputados na Assembleia Legislativa de Minas Gerais.
Antes, quase mil atingidos dos municípios de Macacos, Brumadinho, Congonhas, Barão de Cocais, Mariana e outros do rio Paraopeba, participaram de sessão na assembleia mineira.
Segundo lideranças do movimento, a segunda instância do Tribunal de Justiça mineiro tem tomado algumas decisões em favor das mineradoras e contra os atingidos ou pelos desastres causados por rompimento de barragem – como a de Brumadinho e a de Mariana ou pelas consequências da existência de uma barragem em risco – como em Barão de Cocais e no distrito de São Sebastião das Águas Claras, em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Em frente a sede do Tribunal, os manifestantes denunciaram decisões da Justiça a favor das mineradoras.
“Os juízes de instâncias locais têm dado decisões favoráveis aos atingidos. A Vale tem recorrido ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais e o TJMG, que é distante do povo, que não conhece a realidade dos atingidos, tem dado decisões favoráveis aos criminosos. Isso preocupa muito porque isso viola os direitos dos atingidos, atrasa o processo de reparação e a Vale vai ficando impune”, disse Joceli Andreoli, representante da coordenação nacional do MAB.