Após o empate contra o Bahia no último sábado (13) no Mineirão e a vitória do Internacional contra o Vasco no dia seguinte, o Atlético-MG viu suas chances de título do Brasileirão 2020 desaparecerem. Todavia, agora, o time alvinegro luta contra o imediatismo e um possível abandono.
Parte da torcida, de maneira errônea, quer a saída do técnico argentino Jorge Sampaoli. O treinador chegou ao Clube em março e, logo no início de seu trabalho foi interrompido devido à pandemia do Covid-19. ‘Sampa’ pegou um time que acabara de ser eliminado pelo desconhecido Afogados-PE, na Copa do Brasil, e o pelo modesto Unión de Santa Fé, da Argentina, na Sul-Americana.
Deste então, foi feita uma enorme reformulação de elenco. De fato houve um forte investimento por parte da cúpula alvinegra, no entanto, muito disso por causa do número ainda maior de jogadores que deixaram o plantel. Uma transformação com a temporada em andamento. “Alto investimento e pouco futebol” foi apenas uma das cobranças direcionadas ao treinador e elenco. Também sem sentido.
Os mesmos que pedem Cuca – que, se seguindo o pensamento destes que hoje manifestam – teria sido demitido ainda em 2011, quando iniciou sua trajetória no Atlético com seis derrotas seguidas. Imediatismo é maléfico para o futebol brasileiro, ou para o do Galo. Prova disso é que, esta mesma instituição ficou durante anos demitindo dois ou três treinadores por temporada. A resposta final é óbvia: zero resultado.
Tempo, paciência e condições para trabalhar. Essa é uma chave que vem sendo testada atualmente no Atlético – e que tem tudo para dar resultado já num médio prazo. Sim, talvez o torcedor atleticano não precise esperar três a cinco anos para ver um time vitorioso. Mesmo com investimentos de altas cifras, ainda faltam peças-chave ao Galo, algumas estão chegando agora, para a temporada 2021. Hulk (já anunciado) e Nacho Fernández (do River Plate e em negociações avançadas) são apenas dois dos nomes de peso que contribuirão muito para elevar o nível do plantel alvinegro. Diferenciados.
Por mais que seja triste a notícia da saída de Jorge Sampaoli, que tem proposta do Olympique de Marseille, torçamos para que o motivo seja apenas a escolha do treinador – e não pela cultura do imediatismo que está impregnada no futebol brasileiro. Hoje, de qualquer forma, a ida do argentino à França para iminente e deve ser anunciada nas próximas semanas.
O SUCESSOR
A saída impendente de Sampaoli para o Olympique de Marseille já movimenta os bastidores alvinegros. Entretanto, mais do que a contratação de um novo treinador, é necessário a transformação na cultura, excluindo de vez, a imediatista. Ademais, para seguir no projeto é necessário encontrar um treinador compatível com o desejado pelos mandatários alvinegros, pelas peças disponíveis no elenco e possíveis alvos no mercado.
Cuca e Renato Gaúcho são dois dos nomes mais discutidos internamente. O último, por sua vez, é a preferência de maior parte dos mandatários. Cuca, em caso de retorno como treinador ao Atlético, seria uma espécie de treinador para ‘quietar’ a torcida. Já Renato, sem sucesso como jogador no alvinegro (1994), é um treinador que vem de uma sequência absurda no Grêmio, fazendo bons trabalhos em anos seguidos.
Renato Portaluppi, hoje com 58 anos, possui o estilo tático mais parecido com o de Jorge Sampaoli dentre os cogitados pelos alvinegros. No entanto, o empecilho fica com a final da Copa do Brasil que o Grêmio irá disputar, e que está marcada para o dia 7 de março (volta). Renato afirmou que só conversava com quaisquer parte após o término da temporada, todavia, já existe um atrito entre o ídolo tricolor e a diretoria, um desgaste devido, também, ao tempo de trabalho.
Renato quer mais investimentos para brigar por mais. No Atlético, terá. Esperamos também que, tenha tempo para realizar seu trabalho no time mineiro, caso venha à Minas. Excelente profissional e tem tudo para levar o Galo, novamente, à glória. Um dos “4R’s”, Renato Salvador, talvez busque seu xará para ser seu sobrenome: o salvador.
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