Uma das personagens mais marcantes na luta pela conquista do voto feminino no país, a cocaiense Elvira Komel, foi homenageada nesta segunda-feira (25) pela Prefeitura da cidade, com a inauguração da estátua de Elvira, a primeira advogada no Estado de Minas Gerais. A solenidade foi realizada na praça da Lagoa, local onde a estátua foi instalada.
Elvira Komel foi a grande responsável pela reinterpretação do Artigo 70 da Constituição, que dava direito de votos somente aos homens. Ela interpretou que o referido parágrafo não vetava o voto das mulheres e se inscreveu como eleitora.
A cerimônia contou com a presença do prefeito Décio dos Santos, vice Lourival Ramos, familiares de Elvira Komel; o secretário adjunto do Executivo, Leonei Pires; presidente da Câmara, João Lima e demais vereadores; o escultor Fernando Poletti, a presidente da OAB-Barão de Cocais, Aline Félix; o presidente da Aciabac, Bruno Quintão; e a chefe do Cartório Eleitoral, Michelle Ismania.
Em seu pronunciamento, o prefeito Décio dos Santos ressaltou a emoção daquele momento e destacou aos presentes o fato da estátua de Elvira Komel ter o pulso de sua mão direita fechado, simbolizando sua firmeza e determinação, enquanto o pulso da mão esquerda, em aberto, representa sua leveza e sensibilidade. “Nossa cidade é feita por muitas Elvira”, completou o chefe do Executivo.
Durante a cerimônia, a presidente da OAB de Barão de Cocais, Aline Félix, fez a leitura do manifesto escrito por Elvira Komel durante a Revolução de 30. Já o escultor Fernando Poletti, responsável pela confecção da estátua, prestou uma homenagem aos familiares e representantes do município, presenteando com uma miniatura de sua obra.
O secretário adjunto do executivo e pesquisador da vida de Elvira Komel, Leonei Pires, registrou “a grande realização de um sonho que é a inauguração de uma estátua desta grande personalidade cocaiense”.
Elvira Komel
Elvira Komel nasceu em Barão de Cocais, em 24 de junho de 1906, filha de Joseff Ernest Komel, de origem austríaca, especialista em montagens de usinas elétricas, e Marieta Guedes, cocaiense. Foi fundadora e comandante do batalhão feminino João Pessoa, que reuniu 8 mil mulheres, durante a Revolução de 1930.
Trabalhou por suas teses de renovação político-cultural do país que não podiam deixar à margem o elemento feminino, pois acreditava que a afirmação dos direitos da mulher era condição sine qua non para o país alcançar o aperfeiçoamento moral, social, econômico e político. Com a revolução vitoriosa, Elvira transformou o batalhão em associação feminina, organizando o 1° Congresso Feminino Mineiro, em Belo Horizonte no ano de 1931.
Foto: Acom/PMBC
