Bloqueio contra Cuba será o tema central da Cúpula das Américas

Vejo que há a intenção de buscar uma nova presença dos Estados Unidos na região disse o chanceler.

O chanceler mexicano, Marcelo Ebrard disse que há uma vontade por parte do governo do presidente Biden de avançar na mudança em relação à América Latina.
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O chanceler mexicano, Marcelo Ebrard, que participará da reunião devido à recusa do presidente López Obrador de estar presente, após a exclusão de Cuba, Nicarágua e Venezuela, disse que acabar com o bloqueio imposto pelos Estados Unidos a Cuba será o tema central da Cúpula das Américas, que acontecerá esta semana em Los Angeles, EUA.
Ele também destacou que deve-se buscar construir uma nova relação regional que melhore a atualmente promovida pela Organização dos Estados Americanos (OEA).
Ele garantiu que tudo está pronto para acabar com esse bloqueio “desumano”, apesar das ameaças de grupos de oposição e parafraseou o ex-presidente norte-americano Barack Obama, que ressaltou que não se pode conceber uma relação diferente no continente sem chegar a um acordo e resolver a questão de Cuba.
“Se queremos dar origem a uma nova etapa, que é o objetivo da cúpula. Não se pode manter decisões antigas, como exclusões dessa natureza ou o direito de intervenção seletiva em relação a outros países”, disse o chanceler, acrescentando: “É isso que o presidente López Obrador está questionando. Toda a América Latina também, só que eles não se atrevem a dizê-lo, mas ele sim.”

Para Ebrard, a rejeição de grupos de pressão, principalmente cubanos nos Estados Unidos, não tem fundamento, pois argumentam que é necessário isolar Havana para que “o regime” caia e 62 anos depois o bloqueio continua em vigor sem que caia, mas “com grande custo humano”.

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“O presidente (Joe) Biden parece ter uma determinação, uma rescisão. Não parece que ele quisesse prolongar a situação, como outros presidentes fizeram. Isso também tem consequências e pode estar orientando parte da cúpula”, estimou.

Alcançar um acordo regional nesse sentido também pode fomentar uma nova relação no continente, disse o chanceler mexicano, cuja missão é promover uma organização que marque “uma nova era”.

Como ele apontou, existe a possibilidade de chegar, com o piso necessariamente forte, e deixar a OEA para trás -como está neste momento- para iniciar uma relação mais justa com respeito às soberanias no continente.

“ Há uma vontade por parte do governo do presidente Biden de avançar na mudança , se não fosse assim, por que convocar a cúpula; não haveria caso”, estimou o diplomata, que considerou que o chefe da Casa Branca procura “alcançar algo transcendental” para além do encontro.

“Vejo que há a intenção de buscar uma nova presença dos Estados Unidos na região. Ele sabe que isso é muito importante, porque de repente parece que todas as portas estão se abrindo. Não posso falar por ele, mas ele está em um momento em que sabe que tem que fazer coisas muito profundas em sua política externa, por isso a cúpula”, concluiu.

Foto: AFP
*Telam

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