Bolsonaro tenta vender turismo a árabes e afirma que Amazônia está “igual em 1500”

Lá, mais de 90% daquela área está preservada, está exatamente igual quando foi descoberto no ano de 1500, disse Bolsonaro a investidores.

Após encontro com emir de Dubai e reunião com investidores, presidente diz que os ataques que o Brasil sofre quando se fala em Amazônia não são justos. Foto: Abr
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Durante a abertura do evento o presidente convidou os participantes a conhecerem a Amazônia, que definiu como um turismo para “um paraíso na Terra”. O escritório será uma agência da Embratur.

“Nós queremos que os senhores conheçam o Brasil de fato. Uma viagem e um passeio pela Amazônia é algo fantástico, até para que os senhores vejam que a nossa Amazônia, por ser uma floresta úmida, não pega fogo. Que os senhores vejam realmente o que ela tem. Com toda certeza, uma viagem inesquecível”, afirmou Bolsonaro.

Ao tentar rebater as críticas aos crescentes desmatamentos na região, Bolsonaro disse que a floresta estava igual à época do início da colonização portuguesa.

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“Os ataques que o Brasil sofre quando se fala em Amazônia não são justos. Lá, mais de 90% daquela área está preservada, está exatamente igual quando foi descoberto no ano de 1500. A Amazônia é fantástica”, acrescentou o presidente.

Além da Amazônia, o escritório de turismo também deve promover rotas no nordeste brasileiro.

Amazônia Legal
As afirmações do presidente brasileiro sobre a Amazônia, no entanto, esbarram em relatórios recentes como o do MapBiomas apontando que, entre 1985 e 2020, 16,4% da floresta havia sido queimada pelo menos uma vez.

Na sexta (12), o Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontou que a área de alerta de desmatamento da Amazônia Legal em outubro de 2021 foi a maior para aquele mês dentro dos últimos sete anos. Registrou-se 877 km² de devastação da floresta na Amazônia, um aumento de 5% em relação a outubro de 2020.

A Amazônia Legal compreende os territórios nove estados do Brasil: Acre, Amazonas, Amapá, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.

O presidente Bolsonaro não participou da COP26, mas enviou um vídeo de três minutos no qual afirmava que o “Brasil é uma potência verde” e que tem atuando no combate às mudanças climáticas.

Ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles posa em frente a centenas de toras de madeiras, de origem ilegal na Amazônia.

Enquanto isso, na sexta (15), o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, concedeu entrevista durante o evento no qual cobrou dos países ricos mais dinheiro para ações contra as mudanças climáticas no Brasil. O país não tem conseguido avançar nas negociações para destravar o Fundo Amazônia, que seguem paralisado, conforme indicou Leite. Abastecido por nações como a Noruega e a Alemanha este fundo conta com US$ 2,9 bilhões para combater o desmatamento na Amazônia Legal, mas os repasses foram suspensos em 2019 durante a gestão Ricardo Salles.
Por Congresso em Foco

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