No primeiro grande desafio da Copa do Mundo Feminina da FIFA™ , o Brasil foi derrotado pela França por 2 a 1, pela segunda rodada do Grupo F.
O resultado torna a caminhada da Seleção um pouco mais complicada na Austrália e na Nova Zelândia.
Mas também deixa algumas lições que podem ser tiradas para a sequência da competição.
No próximo jogo, contra a Jamaica — na quarta-feira, 2 de agosto –, o Brasil vai precisar vencer se não quiser depender de outros resultados para se classificar.
O Brasil tem Goleira
Se o primeiro tempo acabou com a vitória da França por apenas 1 a 0, a grande responsável foi Letícia Izidoro. Em 45 minutos pouco inspirados da Seleção, a goleira foi a melhor brasileira em campo e foi a última barreira contra o ímpeto francês. Antes de fazer seu gol, Le Sommer foi parada em mais um cabeceio muito perigoso.
“O que depende de mim nessa Copa do Mundo para fechar o gol e a gente buscar esse título… Se tiver de bater com a cabeça na trave, eu vou bater”, disse a goleira após o jogo.
Marcar alto é marcar bem
O Brasil pareceu desencontrado nos primeiros momentos da partida. A marcação alta da Seleção pode ser bastante eficiente, usando a velocidade de seus jogadores.
Mas essa primeira linha de contenção não estava muito ajustada, e o França conseguiu sair jogando com tranquilidade. Sem recuperar a bola na frente, o Brasil precisou construir suas jogadas desde a defesa — e a sufocante pressão francesa causou muitos problemas para o time de Pia Sundhage.
“É ok defender bem se você tiver compactação”, analisou a técnica, apontou também uma falta de conectividade entre as diferentes linhas de atletas do Brasil. Essa análise encontrou eco entre as jogadoras.
“A gente já esperava que elas jogassem corretamente. Faltou a gente ter um meio mais próximo. A gente não tinha espaço curto para sair jogando, e no segundo tempo consertou com as linhas mais próximas. Faltou esse ajuste durante o primeiro tempo”, disse a capitã Rafaelle.
Debinha é a resposta
O primeiro tempo de Debinha foi abaixo do que o torcedor brasileiro se acostumou a ver dela.
Na segunda etapa, porém, o atacante mostrou que pode ser a resposta em jogos mais difíceis para a Seleção.
Mais à vontade, com sua constante movimentação e arrojo com a bola, ela articulou a evolução do tempo na partida e marcou seu primeiro gol na Copa do Mundo.
Se o Brasil for mais tempo no Mundial, será com uma grande participação da principal goleadora da era Pia Sundage na Seleção.
O jogo começa no primeiro minuto
A França entrou em campo sabendo que uma derrota praticamente eliminaria o tempo da Copa do Mundo. Com um empate, o Brasil dependeria de si mesmo para ser o primeiro do grupo.
As diferenças de classificação talvez expliquem a distância na urgência experimentada pelas duas equipes.
A Seleção começou a partida em uma rotação inferior à da França, e isso se traduziu em domínio das europeias no primeiro tempo, como a própria Debinha admitiu.
“A gente pode ver a diferença do segundo tempo pra como a gente começou, temos que jogar assim desde o começo. Elas tiveram a oportunidade que procuraram, a gente trabalhou isso. Temos que prestar mais atenção nos pequenos detalhes.”
Os detalhes sempre decidem
Não há como escapar desse clichê em grandes jogos: os detalhes decidem. Em uma jogada tão ensaiada quanto previsível, a França pensou o gol que definiu o resultado da partida.
A cobrança de escanteio aberta para Wendie Renard na segunda viagem era uma fonte de preocupação para a defesa brasileira.
Ainda assim, ela conseguiu caminhar em direção à bola para fazer o gol da vitória.
“É um pouco complicado. Planejamos tudo. Às vezes, você só esquece ou decide tomar outra posição. Ter essa iniciativa pode ser bom em alguns momentos, mas foi apenas um erro”, lamentou Pia.
*fifa.com