Romeu Zema e o governo federal querem vender as empresas estatais. Contrários à medida, parlamentares e sindicalistas se reúnem hoje (7), em audiência pública da Comissão do Trabalho, da Previdência e da Assistência Social da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), às 15 horas, no Auditório José Alencar.
Em agosto, o ministro da Economia, Paulo Guedes, anunciou que ao menos 17 estatais serão privatizadas, entre as quais os Correios, a CeasaMinas, a Casa da Moeda e a Eletrobras. Também foi aprovado, no Congresso Nacional, o Novo Marco Regulatório do Saneamento, que facilita a participação da iniciativa privada no setor.
Em Minas, o governador Romeu Zema já defendeu publicamente a venda da Minas Gerais Administração e Serviços (MGS) e da Cemig e encaminhou o Projeto de Lei 1.203/19, que permite a privatização da Companhia de Desenvolvimento Econômico do Estado (Codemig). Também autorizou o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a realizar um estudo sobre a melhor alternativa para a venda da Copasa.
“Zema tenta vender a ideia de que, se privatizados, os serviços de água e energia vão melhorar. Por todo o mundo acontece um movimento de reestatização, porque privatizaram, não deu certo, houve corrupção, encarecimento dos serviços e quem pagou o preço foi o povo”, afirma o deputado Betão (PT), que solicitou a audiência em companhia dos deputados Cristiano Silveira (PT) e Elismar Prado (Pros) e da deputada Beatriz Cerqueira (PT).
De acordo com Betão, para vender a Copasa, o governador critica a qualidade do sistema de atendimento de uma empresa que está presente em 641 municípios mineiros e que teve um lucro líquido de R$ 754 milhões no último ano. “Com a Cemig é a mesma coisa. O governo está deixando consumidores sem atendimento e piorando o serviço para criar a ideia de que quanto pior, melhor para privatizar”, reforça o deputado.
Convidados
Foram convidados a participar da reunião Jairo Nogueira, presidente da seção mineira da Central Única dos Trabalhadores (CUT-MG); Valéria Gonçalves, presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil; Alexandre Baptista, coordenador do Sindicato dos Petroleiros de Minas Gerais (Sindipetro-MG); Guilherme Alves e Soniamara Maranho, integrantes do Comitê Mineiro de Defesa da Petrobras e da Frente Brasil Popular, respectivamente.