Em 2022, o Brasil tinha 160.784 pessoas vivendo em asilos ou instituição de longa permanência para idosos, segundo os dados do último Censo, divulgados nesta sexta-feira (6) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Isso representa 0,5% da população com mais de 60 anos no país (32,1 milhões).
A maior proporção de pessoas vivendo em asilos se encontra no Sudeste (57,5%), região que concentra 46,6% da população idosa nacional.
O Sul responde por 24,8% das pessoas em asilos e tem 16,4% dos idosos do país.
“É de se esperar que você tenha mais moradores de asilo em regiões que são mais envelhecidas, que são justamente o Sul e o Sudeste”, explica o pesquisador do IBGE, Bruno Perez.
Em um recorte de gênero, os dados divulgados hoje mostram que as mulheres são a maior parte dos moradores de asilos, respondendo por 59,8% do total.
“Isso está relacionado ao fato de que as mulheres são maioria na população com um todo e são maioria, de forma mais expressiva, quando a gente olha para a população idosa. No Brasil, a expectativa de vida dos homens é significantemente menor do que das mulheres”, avalia Perez.
O levantamento constatou também que havia 14.374 pessoas vivendo em orfanatos e instituições similares em 2022, ou seja, 0,03% da população brasileira com até 19 anos (54,5 milhões).
Outro dado é o número de pessoas vivendo em clínicas psiquiátricas ou comunidades terapêuticas (24.287). Essa população é majoritariamente masculina e com idades entre 30 e 59 anos.
Outros dados
- Em 2022, 837 mil pessoas residiam em domicílios coletivos no país, ou 0,4% da população total. É a primeira vez que o IBGE divulga dados dessa natureza no âmbito do Censo, traçando um perfil de idade, sexo e alfabetização dos moradores destes tipos de domicílios.
- O tipo com maior número de moradores foi “Penitenciária, centro de detenção e similar”, onde residiam 479 mil pessoas (57,2% do total de moradores de domicílio coletivos e 0,2% do total da população brasileira).
- O segundo tipo com mais moradores foi “Asilo ou outra instituição de longa permanência para idosos”, com 161 mil pessoas (19,2% do total de moradores de domicílios coletivos e 0,1% da população brasileira).
- Nas penitenciárias, 96,0% eram homens e 3 a cada 4 moradores tinham de 20 a 39 anos. Apenas nos asilos as mulheres eram a maioria, com 59,8%.
- Nas penitenciárias, a taxa de analfabetismo foi de 6,6%, a menor de todos os tipos de domicílios coletivos e ligeiramente inferior ao verificado no conjunto da população brasileira (7,0%). Isso se deve ao perfil mais jovem de seus moradores.
- Por outro lado, a maior taxa de analfabetismo foi registrada nos “Abrigo, casas de passagem ou república assistencial para outros grupos vulneráveis” (31,8%), seguido por asilos (31,0%).
- Em 2022, 160 mil pessoas residiam em domicílios particulares improvisados.
- O tipo com maior quantidade foi “Tenda ou barraca de lona, plástico ou tecido”, com 57 mil moradores (35,3% dos moradores de domicílios improvisados e 0,03% da população brasileira). A taxa de analfabetismo neste tipo de domicílio improvisado foi de 22,3%.