Centro de reabilitação para pessoas com deficiência pelo SUS na região dos Inconfidentes recebe aporte de R$ 6,5 milhões

Investimento vai modernizar o espaço atual, criar novas estruturas de atendimento em várias especialidades e garantir melhor tratamento a pacientes de Ouro Preto, Mariana e Itabirito.

Vinculado à APAE de Itabirito, CER vai receber verba de compensação da Vale para aplicar na reforma de sede própria.
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O processo de reabilitação de pessoas com deficiência demanda terapias especializadas e múltiplas, o que pode inviabilizar o acesso ao tratamento de qualidade para grande parte das famílias brasileiras.

 Programado também para atender pacientes de Ouro Preto e Mariana, o Centro Especializado em Reabilitação (CER II) de Itabirito, referência no tratamento pela rede pública na região, receberá aporte de R$ 6,5 milhões para a reforma da sede própria. Com capacidade para atender até 700 pacientes mensais e realizar cerca de 50 mil procedimentos por ano, o CER, é gerenciado pela Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Itabirito e é, atualmente, a única instituição da região a ofertar terapias completas para bebês (estimulação precoce) e para as mais diversas deficiências.

Além de estruturas para fisioterapia, hidroterapia, fonoaudiologia, psicologia e terapia ocupacional, outras terapias complementares como acupuntura, aromaterapia e hidroterapia pelo Sistema Único de Saúde (SUS), funcionarão em um espaço adaptado. “A ideia, com a reforma, será atender mais pessoas e com mais qualidade. O novo prédio, doado pela prefeitura, será todo pensado para potencializar a reabilitação de pessoas com deficiência”, afirma Waldyra Salvador, gerente da APAE.

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O valor de R$ 6,5 milhões está dentro do pacote de ações do Plano de Compensação e Desenvolvimento para o município e será repassado pela Vale, para realizar as obras ao longo de dois anos. “A reforma do CER é uma demanda antiga da comunidade aos órgãos públicos que poderá ser atendida agora através de parceria com a Vale. Certamente será um marco divisório no atendimento de saúde, não somente para Itabirito, como também para toda a região dos Inconfidentes”, afirma Nildo Frasão, gerente de Territórios Evacuados.

Mais espaço, acessibilidade e novas terapias

O novo prédio é cerca de dois terços maior do que as instalações atuais do CER e tem a vantagem de ser anexo à APAE, facilitando o trânsito dos funcionários e pacientes atendidos em ambas unidades.

As mudanças começam já na fachada, que vai ganhar uma pequena praça para receber o público, equipada com bancos e jardim. Internamente o CER vai contar com novos e maiores consultórios, brinquedoteca, tratamento acústico, refeitório, rampas de acesso, sistema de captação de chuvas, telhado verde com horta, novos revestimentos, pisos e banheiros.

Os pacientes também terão à disposição um espaço chamado de sala de atividades de vida prática, onde poderão exercitar e reaprender atividades de rotina como o uso de equipamentos da cozinha. A reforma também permitirá a retomada da hidroterapia, que foi interrompida há quatro anos. Com menor impacto, a modalidade é indicada especialmente para pessoas amputadas, pacientes com AVC, paralisados cerebrais, deficientes intelectuais, idosos e bebês. Atualmente, a hidroterapia acontece em um clube da cidade, a 800 metros da APAE, e, após as obras, passará a ser realizada ali mesmo, em uma piscina a poucos metros das demais salas.

As melhorias poderão ser percebidas não só pelos pacientes, mas pelos profissionais e familiares. “Queremos um lugar que proporcione aconchego. Muitas famílias vêm de Ouro Preto ou Mariana e passam muitas horas no espaço”, explica a arquiteta Rose Lopes. Para desenvolver o projeto, ela conta que, além de seguir o manual fornecido pelo Ministério da Saúde, que fornece parâmetros para as instalações básicas, mapeou as necessidades específicas da equipe e dos usuários do local, acrescentando detalhes personalizados para a realidade da unidade de Itabirito.

Uma das famílias que irá usufruir da melhoria é a da Xênia Neves, que há quatro anos frequenta o CER acompanhando o filho Victor, que tem paralisia cerebral, e a mãe, Erilda, que tem Alzheimer. “Meu filho apresentou uma melhora muito grande desde que começou a ser atendido no CER. O espaço merece instalações mais adequadas”, conta. A própria Xênia diz que se beneficia dos serviços do centro, com conversas frequentes com as psicólogas, que a orientam sobre como lidar com as necessidades dos familiares.

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