Como parte da programação dos seus 50 anos, a Universidade Federal de Ouro Preto convidou alunos do 9º ano de 63 escolas públicas e particulares de Ouro Preto, Mariana e João Monlevade a escreverem redações com o tema “A UFOP e Minha Comunidade”. O concurso contou com a participação de 269 estudantes de 24 escolas. A cerimônia, que aconteceu na noite de quarta (27) no Centro de Artes e Convenções, premiou os 20 melhores textos.
Em um evento cheio de emoção, foram entregues certificados para os 20 primeiros colocados e foram informados os ganhadores do primeiro e segundo lugares, que tinham como prêmio um tablet cada um. Também foi lançado um livro reunindo as 20 redações finalistas.
O organizador do concurso, o servidor técnico-administrativo da UFOP Flávio Andrade, comenta orgulhoso sobre a relação da Universidade com a comunidade, afirmando que foi “um ano rico nesse aspecto, propiciando também às próprias pessoas de dentro da academia a pensarem o que é a universidade pública hoje, como instrumento fundamental para a soberania e dignidade das pessoas”. Ele complementa que é fundamental que a UFOP se apresente e vá onde as pessoas estão. “A gente sabe que entrar na universidade pública não é fácil. Então, na medida em que não são todos que estão na universidade, é fundamental que através de suas ações ela saia, leve conhecimento, experiência e ajude a transformar a vida das pessoas pra melhor”.
A mesa de abertura da cerimônia de premiação foi composta pela reitora da UFOP Cláudia Marliére, pelos professores Ada Magaly Brasileiro, do Departamento de Letras, e Máximo Martins, representando a Pró-Reitoria de Planejamento e Desenvolvimento (Proplad), por Janaína Andrade e Penna, representando a Secretaria de Educação de Ouro Preto, e Raquel Aline Cordeiro, representando a Superintendência Regional de Ensino.
Raquel abordou a importância de fazer esse resgate da escrita e lembrou que a redação tem um dos maiores pesos de pontuação no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), a principal porta de entrada para as universidades. Janaína lembrou como é essencial que “a gente tente diminuir a distância entre as escolas de ensino fundamental públicas e as universidades federais, entendendo isso também como um processo de pertencimento, para que os alunos que participaram desse concurso entendam que a UFOP é deles, para eles e é eles”.
EVENTO MARCADO PELA EMOÇÃO
Emocionada, a reitora Cláudia afirma que deixa o evento como uma pessoa melhor. “Essas crianças são o futuro, e estamos investindo nelas. Elas precisam, desde pequenas, entender que esse espaço é delas. Com certeza serão nossos alunos futuramente e é isso que a gente e todo mundo quer: esse patrimônio sendo usado pela sociedade. É uma realização estar aqui como reitora, neste momento, presenciando essa relação, essa dualidade e essa cumplicidade da sociedade com a universidade. Acho que as pessoas estão entendendo cada vez melhor o que a UFOP faz não só dentro, mas fora das salas de aula, e isso é muito gratificante. Estou muito feliz!”, completa.
A Escola Estadual Marília de Dirceu, de Ouro Preto, foi uma das que teve alunos premiados. Vítor Moreira, de 11 anos, diz ter adorado a experiência e afirmou aguardar ansioso por novos projetos: “Eu acho muito importante darem esse tipo de incentivo para os alunos, pra gente crescer ainda mais. Na minha redação falei mais dos eventos que a Universidade realiza e também um pouco sobre os lugares que muita gente não sabe que são da UFOP, como o Centro de Convenções, o Cinema… e, claro, da importância que ela tem na minha escola e em outras também”. A mãe de Vítor, Vilma do Nascimento, diz estar feliz com a participação e com o resultado do filho. “Incentivo desde pequeno. Sempre digo a ele para fazer o seu melhor em tudo e estou muito orgulhosa”.
Já Camila Barbosa, de 15, conta estar surpresa, mas também feliz com o resultado. “Isso é uma coisa importante, eu vou levar pra minha vida, vai ficar uma boa lembrança”.
Letícia Motta, também de 15 anos, afirma que foi uma honra participar do concurso e poder contar um pouco do que tem na cidade, da sorte de morar em uma cidade onde há uma universidade, sem necessidade de se deslocar para estudar, e que isso é uma oportunidade que muitas pessoas têm vontade de ter. “Coloquei no meu texto uma opinião também critica, porque no mundo que a gente vive hoje tem tanta coisa ruim acontecendo, e tanta gente aqui que tem essa oportunidade boa de ter um bom ensino como o da UFOP e às vezes desperdiça, enquanto tem aqueles que querem muito e não conseguem”. Letícia ainda acrescenta que “a UFOP proporciona muita coisa pra gente, iniciativas que fazem não só nas escolas, mas fora delas também, como o Carro Biblioteca, que eu acho incrível! Você está no seu bairro onde não tem muita coisa, sai da sua casa e vê que tem um ônibus com uma biblioteca ali, podendo ficar lá e ler. Eu acho importantíssimo, principalmente para as crianças que crescem sabendo que têm isso aqui, em casa”.