O Tribunal de Contas lançou o portal “Shows artísticos municipais”, com o panorama dos valores gastos em apresentações artísticas e musicais pelos municípios mineiros entre janeiro de 2020 e novembro de 2024.
Na plataforma de controle social, o cidadão pode verificar o número de shows contratados por cada município, os valores gastos com cada evento e as evoluções dos shows e dos valores empenhados por ano.
Segundo dados do Portal de Análise de Dados Suricato, do TCEMG, as prefeituras mineiras gastaram quase R$ 940 milhões na contratação de shows musicais ao longo dos últimos cinco anos.
Nesse período, foram quase 7 mil apresentações artísticas.
Em um mapa interativo, o portal permite que o cidadão pesquise por cidade ou por artista contratado.
Os dados mostram que o gênero sertanejo dominou as apresentações, que vêm em crescente no período.
Em 2020 e 2021, anos mais intensos da pandemia da Covid-19, os gastos com shows musicais movimentaram menos recursos. A partir de 2022, no entanto, os gastos dispararam.
2020 – R$ 14.141.316,30
2021 – 6.707.844,44
2022 – 185.399.981,67
2023 – 306.098.158,93
2024 – 427.540.494,59
Total: R$ 939.888.035,93
Além disso, o painel mostra que a cidade de Itabirito é a que mais gastou com shows no período: mais de R$ 11 milhões. Depois vêm as cidades de Ituiutaba e Barbacena. Ouro Preto é a décima cidade no ranking de maiores gastos.
Confira o top 10 de cidades:
Itabirito – R$ 11.332.999,99
Ituiutaba – R$ 10.831.000,00
Barbacena – R$ 9.782.500,00
Nova Lima – R$ 9.716.820,00
Itabira – R$ 7.576.449,50
Pirapora – R$ 6.765.096,62
Extrema – R$ 6.552.562,70
Buritizeiro – R$ 6.269.000,00
Itatiaiuçu – R$ 6.221.000,00
Ouro Preto – R$ 5.798.609,00
De acordo com o diretor de fiscalização integrada e inteligência do TCE-MG, Henrique Quites, eventuais irregularidades estão sendo analisadas pelo Tribunal de Contas.
“Em um primeiro momento, estamos exercendo nosso papel de contribuir com a transparência de uma parcela expressiva dos orçamentos públicos que estão sendo destinados a tais finalidades”.
Ele explica que as análises irão gerar um relatório que será encaminhado para a presidência do Tribunal.
O painel, segundo Henrique, é importante para garantir a transparência das contratações.
“Você pode observar que é possível que qualquer pessoa verifique que determinada artista foi contratado por um preço por determinada cidade e por outro, em outra cidade. Isso pode ser um indício de irregularidade, mas pode não ser, depende do porte do show, da época do ano, enfim. Mas às vezes a discrepância de preço é muito grande. Então uma questão é a regularidade da contratação”.
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