Cientistas estudam técnicas para propagar plantas raras de Minas Gerais

Projeto, com a participação de pesquisadores de diferentes Institutos de Ciência e Tecnologia do Brasil, visa estudar técnicas de propagação para plantas endêmicas do Quadrilátero Ferrífero

Cientistas estudam técnicas para propagar plantas raras de Minas Gerais
Foto 2 Plantas de Vriesea minarum L.B.Sm. germinadas via técnica de cultura in vitro e em desenvolvimento nos laboratórios da URPD de Piracicaba da APTA.
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Um grupo de cientistas e pesquisadores de todo o Brasil, liderados pela APTA Regional de Piracicaba, da Agência Paulista de Tecnologia de Agronegócios, em colaboração com a Vale, está empenhado em desenvolver técnicas para propagar e multiplicar plantas raras e endêmicas do Quadrilátero Ferrífero/Minas Gerais. O objetivo é garantir a sobrevivência dessas espécies e criar novos protocolos para produção em viveiros, reintrodução em ambientes alterados, introdução em novos locais e estudos genômicos. Essas pesquisas também podem contribuir para compreender a dinâmica populacional das espécies e garantir sua sobrevivência.

O projeto, denominado de “Rede Propagar”, conta com pesquisadores de Institutos de Ciência e Tecnologia (ICTs) renomados, como a UNICAMP, a ESALQ/USP, a UFU, a UFV, a UFMG e a UEFS. Embora algumas plantas de importância econômica e ecológica sejam intensamente estudadas no Brasil, outras espécies mais vulneráveis, como as endêmicas dos campos rupestres, recebem menos atenção e necessitam do estabelecimento de ações e programas de conservação. Neste sentido, novas pesquisas podem contribuir para garantir a sobrevivência dessas espécies.

Para os experimentos de propagação, produção de mudas e estudos genéticos, serão utilizados materiais vegetais coletados em unidades de conservação, parques estaduais e federais e áreas protegidas pela Vale. O Quadrilátero Ferrífero é uma região de grande diversidade da flora da América do Sul, contendo cerca de 30% da flora endêmica. Os resultados dessas pesquisas irão viabilizar avanços científicos inéditos, novas estratégias de conservação e recuperação da biodiversidade do Quadrilátero Ferrífero, além de fomentar o desenvolvimento sustentável e econômico das comunidades locais.

Foto 4 Dyckia – Uma das especies em uso no projeto

As plantas resultantes dos processos de germinação de sementes e micropropagação serão transferidas para a estufa agrícola para testes de substratos, crescimento e aclimatação e serão expostas a diferentes ambientes de aclimatação buscando tratamentos que aumentem a sobrevivência das mudas quando transplantadas na natureza. A revegetação de áreas degradadas com a introdução dessas espécies nativas, já adaptadas às condições ambientais presentes, pode acelerar a recuperação ambiental e aumentar a possibilidade de sobrevivência nestas áreas.

A Vale mantém 13 Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN), que ocupam uma área de mais de seis mil hectares na região do Quadrilátero Ferrífero. Além das RPPN, a empresa possui mais de 54 mil hectares de áreas preservadas. Essas áreas desempenham um papel importante na conservação de remanescentes da Mata Atlântica e do Cerrado e contribuem para a formação de corredores ecológicos e manutenção de serviços ecossistêmicos essenciais. A RPPN Mata do Jambreiro, em Nova Lima (MG), é um exemplo de bolsão de preservação da Mata Atlântica de alto valor para a conservação na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

As informações geradas por essas pesquisas serão compartilhadas com a sociedade em geral, contribuindo para atividades de educação ambiental e conservação da biodiversidade. O conhecimento também será disponibilizado para pequenos produtores e viveiristas, viabilizando o aumento da produção e distribuição dessas espécies. Essas pesquisas deixarão um importante legado científico, além de fomentar o desenvolvimento sustentável e econômico das comunidades locais.

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