Cientistas russos revelam em novo estudo como o hormônio do estresse afeta o sono

Cortisol tem um impacto significativo no sono humano.

Os pesquisadores também mostraram que o corpo tem a capacidade de compensar os distúrbios do sono.
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Pesquisadores da Universidade Estadual de Saratov da Rússia desenvolveram um modelo matemático demonstrando como o ritmo da secreção de cortisol afeta a regulação do sono e da vigília.
De acordo com cientistas de Saratov, o estudo abre novas perspectivas para o desenvolvimento de métodos eficazes para tratar insônia e outros distúrbios do sono.
O artigo foi publicado no European Physical Journal Special Topics.
O corpo humano segue o padrão de um relógio interno.

Conhecido como ritmos circadianos, eles regulam o sono, a vigília e muitos outros processos fisiológicos.
O cortisol, um hormônio sob a ação do qual o corpo se adapta ao estresse, está intimamente relacionado a esses ritmos e tem um impacto significativo no sono humano.
Cientistas da SGU analisaram como os processos de alternância entre sono e vigília se correlacionam com a dinâmica da secreção de cortisol usando modelagem matemática.
O modelo mostrou que, sob certas condições, o aumento da atividade do sistema de cortisol pode levar a uma interrupção na sincronização do relógio interno do corpo.

E isso pode causar dessincronização interna espontânea.
Essa condição é caracterizada por distúrbios do sono, fadiga, alterações de apetite e outros sintomas.
Os pesquisadores também mostraram que o corpo tem a capacidade de compensar os distúrbios do sono.
Com pequenos desvios dos padrões normais de sono, o corpo é capaz de restaurar o ritmo perturbado em alguns dias.
No entanto, com distúrbios prolongados ou significativos, essa capacidade pode ser prejudicada, aponta o estudo.


Razões


“Há uma gama significativa de parâmetros dentro dos quais a contribuição do subsistema de cortisol não interrompe a transição normal sono-vigília. Com uma contribuição mais significativa de cortisol, o processo sono-vigília ‘se separa’ do ritmo circadiano, causando dessincronização interna espontânea”, explicou Ksenia Merkulova, graduada do Departamento de Ótica e Biofotônica da SGU.


Os cientistas da SGU também conseguiram demonstrar que os ritmos circadianos e a regulação hormonal estão intimamente interligados.

Eles podem compensar e reforçar um ao outro, garantindo a adaptação do corpo às mudanças nas condições ambientais.
Notavelmente, os modelos básicos nos quais os pesquisadores confiaram para criar o modelo unificado foram repetida e completamente testados com base em dados experimentais correspondentes a uma “pessoa saudável típica”.
Os especialistas acreditam que as descobertas abrem novas perspectivas para o desenvolvimento de tratamentos eficazes para insônia e outros distúrbios.
“A influência do cortisol no ciclo sono-vigília é extremamente relevante no mundo moderno: estresse frequente, ritmo de vida acelerado, turnos noturnos no trabalho e outras razões que influenciam o ritmo da secreção de cortisol não podem deixar de afetar a qualidade do sono”, acrescentou Merkulova.
A universidade relatou que, ao trabalhar com o modelo, cálculos de computador foram realizados no ambiente de software livre GNU Octave.
Nesta fase, os cientistas têm a tarefa de estudar o efeito do cortisol no sono, levando em consideração os padrões alimentares de cada um.

Foto: Universidade SGU e Hospital Albert Einstein

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