Coral Cidade dos Profetas resgata obras inéditas da música antiga de Minas Gerais

Em novo álbum

O Coral Cidade dos Profetas lança álbum no qual interpreta 11 obras inéditas “descobertas” após intensas pesquisas desenvolvidas, nos últimos anos, pelas faculdades de música da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG)
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O Coral Cidade dos Profetas mergulhou, nos últimos anos, no rico e extenso acervo da Música Colonial Mineira, trazendo de volta melodias que, há mais de 200 anos, aguardavam para serem apreciadas e celebradas.
Esse minucioso trabalho de resgate agora ganha forma no novo álbum do grupo, “Coral Cidade dos Profetas interpreta obras Inéditas do Período Colonial”.
O lançamento será lançado com um concerto especial no dia 29 de outubro, terça-feira, às 20h, na Basílica do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas.
A entrada é gratuita, sujeita à lotação do espaço.

Este projeto, que também será disponibilizado nas principais plataformas digitais como Spotify, Deezer e YouTube, foi aprovado na Lei Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais.
O patrocínio máster é da CSN, com apoio da Prefeitura Municipal de Congonhas e da Reitoria da Basílica do Senhor Bom Jesus de Matosinhos.
A realização é da Associação Cultural Canto Livre.


O acervo


Neste álbum, o Coral Cidade dos Profetas interpreta obras inéditas “descobertas” após intensas pesquisas desenvolvidas, nos últimos anos, pelas faculdades de música da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG).
Tratam-se de partituras raras datadas dos séculos 17, 18 e 19, que foram sendo restauradas por musicólogos e pesquisadores de ambas instituições.
Um exemplo é o acervo do maestro Francisco Solano Aniceto, mais conhecido como Chico Aniceto, atualmente sob curadoria da UEMG e a coleção de peças raras que pertence ao Sistema Nacional de Orquestras Sociais (SINOS), mantidos numa parceria entre a Fundação Nacional de Artes (Funarte) e a UFRJ.

Avaliações

O presidente da Academia Brasileira de Música e professor da Escola de Música da UFRJ, André Cardoso, explica que foi realizado um trabalho de edição de obras que, durante várias décadas, permaneceram apenas em manuscritos, tornando possível sua execução por coros.
“Com o trabalho do Coral Cidade dos Profetas, tais obras ganharam outra dimensão, pois chegam a novos espaços e a um público maior, extrapolando o ambiente religioso e revelando suas altas qualidades artísticas”, completa.

Para o musicólogo e professor da UEMG, Domingos Sávio Lins Brandão, o sentido dessa música é chegar aos ouvintes.
“O Coral Cidade dos Profetas está proporcionando a mim e aos pesquisadores do acervo da Escola de Música da UEMG, a oportunidade de ver a concretização dessas obras, que passaram por um processo de restauração e, agora, serão disponibilizadas ao público”, reforça.

O maestro do Coral Cidade dos Profetas, José Herculano Amâncio, explica que o repertório foi escolhido para dar oportunidade de acesso a essas composições, até então desconhecidas e nunca executadas para o público atual.
“É uma imensa alegria sermos o grupo responsável por resgatar e registrar essas obras. Unimos o coro e a orquestra no estúdio montado exclusivamente para a gravação no interior de Minas Gerais e foi emocionante ver cada trecho dessas músicas, até então adormecidas, ganharem vida”, celebra.

Integrante do Coral Cidade dos Profetas desde sua fundação em 1988, Lourdinha Manso participou das gravações de todos os quatro álbuns do coro.
“Para mim, essa foi uma experiência diferente das outras porque resgatamos composições que nunca foram gravadas por nenhum outro grupo. Sinto como se estivesse contribuindo para preservar e deixar para as futuras gerações músicas de séculos passados. Foi um processo trabalhoso e demorado, mas no final, valeu à pena”, conta.

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