Coronavírus se espalha rapidamente na China após o relaxamento das medidas preventivas

Em Pequim, longas filas se formaram em frente às farmácias para estocar remédios contra febre e testes de antígenos.

Com o fim dos testes sistemáticos de PCR em larga escala e a possibilidade de isolamento domiciliar para casos leves e assintomáticos, o país registra números recordes de infecções, com a semana passada registrando um recorde de mais de 60.000 em um único dia.
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As infecções por coronavírus estão “se espalhando rapidamente” na China, alertou um importante consultor epidemiologista do governo, após a decisão de Pequim de abandonar sua política “Covid zero”.

As autoridades de saúde chinesas anunciaram na passada quarta-feira um afrouxamento geral das medidas anti-covid que incluíam confinamentos e testes massivos, uma forte estratégia restritiva que acabou por atingir a economia do país e levou a uma onda histórica de protestos que não se via desde o movimento democrático em 1989 naquele país.
Atualmente, a epidemia na China (…) está a alastrar-se rapidamente, e nestas circunstâncias, seja qual for a força da prevenção ou controlo, será difícil quebrar completamente a cadeia de transmissão” do vírus, alertou Zhong Nanshan, um dos os principais especialistas em saúde que assessoraram o governo chinês desde o início da pandemia, em entrevista à mídia estatal publicada neste domingo.

“As atuais subvariantes do Ómicron (…) são muito contagiosas”, acrescentou Zhong, que especificou que “uma pessoa pode transmitir para 22 pessoas”.

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O país enfrenta uma onda de infecções para a qual está mal preparado, com milhões de idosos ainda não totalmente vacinados e hospitais incapazes de acomodar tantos pacientes.

“Tenho medo de sair”, disse Liu Cheng, mãe de dois filhos que mora no centro da capital chinesa, à agência de notícias AFP.

“Muitos” de seus amigos “têm sintomas ou deram positivo”, acrescentou.

A decisão de relaxar as restrições sanitárias ocorreu cinco dias depois de o país registrar um novo pico de infecções com mais de 62.400 em um único dia e uma média semanal de cerca de 41.000 diárias.

Desde aquele dia a curva vem caindo e ontem foram registrados 12.755 casos, o que baixou a média semanal para pouco mais de 23.000 infecções diárias, segundo dados do Our World in Data. Porém, os números continuam alarmantes.

Tal taxa de casos não era observada desde abril deste ano, assim como a velocidade de contágio. Demorou apenas 40 dias para passar de 1.300 casos diários em 1º de novembro para quase 31.000.

*Telam

Foto: AFP

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