Cuidados em liberdade e impactos da mineração na saúde mental foi debatido em Itabira

A jornalista participou da abertura da 1°Conferência realizada nesta sexta (11) na Funcesi. Itabira tem mais de 4000 pessoas assistidas no CAPs

A gente não precisa viver uma dor para aprender com ela, nós já temos a experiência, disse Daniela Arbex sobre os efeitos da mineração ou o fim dela, na saúde mental das populações afetadas.
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A jornalista Daniela Arbex foi palestrante durante a abertura da Conferência Municipal da Saúde Mental de Itabira.

O evento aconteceu no Auditório da Funcesi e teve como tema “A Política de Saúde Mental como Direito: pela defesa do cuidado em liberdade, rumo a avanços e garantia dos serviços da atenção psicossocial no SUS”, sendo realizado pela prefeitura, através da Secretaria Municipal de Saúde.
Durante a conversa, Daniela contribuiu com reflexões importantes sobre os cuidados em liberdade, eixo central do seu livro “Holocaustro Brasileiro”, onde a jornalista relata a história de sobreviventes do Hospital Psiquiátrico de Barbacena. Ela também discorreu sobre os bastidores de outro livro “Arrastados”, que retrata o rompimento da barragem de Brumadinho, o maior desastre humanitário do Brasil.

Os temas correlacionados das obras discutiram a necessidade de pensar políticas públicas para a saúde mental, principalmente, considerando o contexto de Itabira e a prevista exaustão mineral. “Eu acho super importante compartilhar conhecimento. A gente não precisa viver uma dor para aprender com ela, nós já temos a experiência. A conferência é um espaço de reflexão, debate coletivo, é um espaço de conscientização fundamental para que as pessoas saibam o que estão vivendo”, destacou Daniela.

Segundo ela, com isso, a comunidade cria instrumentos para se ajudar em relação ao cuidado em liberdade, acolher pessoas, e lidar com as inquietações em relação às barragens da mineração.

O prefeito Marco Antônio Lage participou da abertura da conferência e em seu discurso ele reiterou o compromisso do município com a saúde mental dos itabiranos.

“A saúde mental advém do ambiente onde estamos. O ambiente precisa ser parte do tratamento e também da nossa cura. São mais de 4 mil pessoas sendo atendidas nos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) de Itabira. A conferência é o momento de todos nós unirmos para que juntos com a comunidade possamos entender quais as políticas públicas e investimentos, que precisam ser feitos”, concluiu.

A secretária de saúde, Luciana Sampaio, destacou o quão importante é a atitude de compartilhar com a gestão quais serão os rumos da rede de atenção psicossocial do município.

A 1° Conferência Municipal de Saúde Mental trabalhou com quatro eixos, com em média 20 delegados por eixo, sendo: Cuidado em liberdade como garantia de direito à cidadania; Gestão, financiamento, formação e participação social na garantia de serviços de saúde mental; Política de Saúde Mental e os princípios do SUS: Universalidade, Integralidade e Equidade, além do tema sobre os impactos na Saúde Mental da População e os desafios para o cuidado Psicossocial durante e pós-pandemia.

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