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Debate no Dia da Consciência Negra destaca aumento da fome

Violência doméstica também foi tratada na reunião da Assembleia Legislativa que discutiu em especial a situação das mulheres negras.

Deputada estadual Ana Paula Siqueira ( REDE) solicitou a realização da audiência que debateu as condições da mulher negra.

O aumento da insegurança alimentar entre moradores das periferias urbanas e da violência contra as mulheres durante a pandemia de Covid-19 foram alguns dos problemas que foram lembrados em audiência pública nesta segunda-feira (22). A reunião, realizada pela Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), foi para debater os significados do Dia da Consciência Negra para as mulheres negras.

“Foram as mulheres da comunidade que se juntaram para fazer máscaras de proteção e distribuir no início da pandemia. Mas como a situação se delongou, vieram problemas até mais graves, veio a fome. E foram de novo as mulheres que se organizaram para arrecadar e distribuir cestas básicas”, disse Iara Lopes, líder comunitária e coordenadora do Centro de Vivência Agro-ecológico do Taquaril. Segundo ela, esse grupo de mulheres atende hoje 300 famílias em situação de insegurança alimentar.

Também Denise de Castro, presidenta da Associação Habitacional 8 de Março do Barreiro e Adjacências, falou sobre o aumento da fome entre as famílias da periferia, em especial aquelas monoparentais, com apenas mulheres sustentando as casas. Segundo ela, o problema tem levado ao aumento de suicídios entre as mulheres nos últimos meses, já que elas nem sempre conseguem ajuda material e psicológica para lidar com as dificuldades.

A situação daquelas mulheres negras e periféricas que têm um companheiro nem sempre é melhor, como lembrou Denise de Castro. Nesses casos, a violência doméstica muitas vezes é o problema, segundo a convidada, que relatou a experiência de uma mulher atendida pela associação que ela representa, agredida pelo companheiro com fios elétricos, que deixaram marcas por todo o seu corpo.

Em coro com as participantes, a deputada Ana Paula Siqueira (Rede), autora do requerimento que deu origem à audiência, citou estatísticas que apontam que a população negra foi a que mais sofreu com a violência urbana e com o aumento da fome durante a pandemia. Ainda, as mulheres negras são mais vítimas de violência doméstica, crime que aumentou durante a crise sanitária.

Fonte: ALMG

Foto: Luiz Santana

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