Quase 45 horas depois de ter sua derrota nas urnas oficialmente confirmada, o presidente Jair Bolsonaro (PL) fez na tarde desta terça-feira (1º) uma brevíssima declaração, de 2 minutos, no Palácio da Alvorada, sem reconhecer o resultado ou cumprimentar seu adversário. Apenas agradeceu pelos votos recebidos. Disse que os protestos nas rodovias que ocorrem desde a madrugada de ontem (31) são fruto de “indignação” contra injustiças – em possível referência ao sistema eleitoral –, mas desautorizou de forma pouco convincente os bloqueios, ao afirmar que manifestações pacíficas são bem-vindas, “mas nossos métodos não podem ser os da esquerda”.
Com o filho Eduardo e sem a primeira-dama, Michelle, o presidente reclamou de ser “rotulado” de antidemocrático. “Sempre joguei dentro das quatro linhas da Constituição”, afirmou. E garantiu que continuará “cumprindo todos os mandamentos” da Carta.
Ao mesmo tempo, Bolsonaro destacou a “robusta representação” da direita no Congresso, o que segundo ele mostra a força dos “nossos valores”. “Nossos sonhos seguem mais vivos do que nunca. Somos pela ordem e pelo progresso”, disse ainda o presidente, falando em liberdade econômica, religiosa e de opinião.
Em seguida, o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, fez um pronunciamento ainda mais rápido. Informou que foi autorizado pelo presidente a iniciar o processo de transição. Aguarda apenas a confirmação do interlocutor da chapa vencedora, que será o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB).
