O Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais (SJPMG) entrou, nesta quarta-feira (11), com uma petição no Ministério Público, solicitando a apuração dos atos de violência contra profissionais da imprensa que realizavam a cobertura das ações de grupos antidemocráticos na avenida Raja Gabaglia, na região Oeste de Belo Horizonte.
Desde o início deste mês, uma série de relatos de jornalistas, agredidos verbal e fisicamente por bolsonaristas, que estavam acampados em frente à Companhia de Comando da 4ª Região Militar do Exército, chamou a atenção da população mineira.
No dia 6 de janeiro, profissionais da equipe do jornal O Tempo e da rádio BandNews, destacados para acompanhar a desocupação das vias públicas, determinada pela prefeitura da capital mineira, foram impedidos de trabalhar e tiveram seus equipamentos danificados, além de receberem xingamentos e socos de apoiadores de Jair Bolsonaro.
“A partir daí, uma série de agressões aconteceu: nosso cinegrafista foi empurrado por um fascista, que quase derrubou a câmera que ele carregava; meu colega sofreu vários socos na cabeça e nas costas por parte de um dos golpistas; e um terceiro jornalista da Rádio 98 FM foi arrastado no chão”, destaca um dos depoimentos, divulgado pelo SJPMG.
No dia anterior, um fotógrafo do Hoje em Dia já havia relatado ter sofrido agressões no mesmo local. Além dos socos, o homem também foi vítima de chutes e pauladas. Com ferimentos na cabeça, o profissional precisou passar a noite em observação em um hospital da capital mineira.
“Foi quando o linchamento começou. Com socos, pontapés, pauladas no corpo e na cabeça. Ao tentar correr para baixo, na avenida Raja Gabaglia, recebi uma paulada no meu equipamento, que partiu a minha câmera fotográfica em duas partes”, contou.
Segundo o SJPMG, o procurador-geral de Justiça Jarbas Soares prometeu apurar os casos em 30 dias.