A situação crítica da BR-381 em seu trecho não duplicado que corta os municípios do Médio Piracicaba foi analisada nesta sexta-feira (6), em encontro que reuniu prefeitos da região, vices e associações comerciais.
Durante o evento foram apresentados dados sobre a rodovia e sua importância para a economia da região, além de números que demonstram o quão a rodovia da morte é perigosa e os atrasos que provoca ao desenvolvimento regional, responsável por cerca de 25% do PIB mineiro.
Não faltaram testemunhos de autoridades sobre perdas de familiares, amigos ou conhecidos devido a acidentes no trecho. A lentidão no tráfego e o receio permanente de não sair vivo da aventura que é transitar pela BR, foi comum em várias narrativas de presentes em João Monlevade.
Mesmo com uma população superior a 500 mil habitantes, nos 17 municípios da região, o trecho está abandonado e necessita urgentemente de melhorias para diminuir os problemas de acidentes, engarrafamentos e das “longas” viagens em um trecho de menos de 100 km.
A situação que já era ruim se agravou nos últimos anos, quando a população acreditou que os benefícios da duplicação chegaria à região. Ela não chegou e o que não foi duplicado caiu no abandono.
Além de lançarem um manifesto e campanha publicitária que pede melhorias urgentes e duplicação, os signatários e representantes de Associações Comerciais presentes na sede da Associação dos Municípios da Microrregião do Médio Rio Piracicaba (Amepi), pretendem formar caravanas até Brasília, na tentativa de convencer autoridades e o DNIT sobre a importância e necessidades de ações na rodovia.
Solução pode ser repactuação de Fundão
As expectativas de superar as dificuldades ganharam fôlego no encontro, após o prefeito de São José do Goiabal, José Roberto Gariff Guimarães, “Beto”, que também preside o Fórum de Prefeitos da Bacia do Rio Doce, que discute e trabalha na repactuação sobre o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, dar detalhes sobre os prazos, volume de recursos e posição do Fórum no Conselho Nacional de Justiça, onde se discute o tema.
Segundo ele, a reivindição para ressarcir os prejuízos das cidades afetadas, estados e União, acampadas pelos govenos de Minas, Espírito Santo e governo federal, prevè uma ordem de recursos de cerca de 153 bilhões de reais. Destes, cerca de 10 bilhões seriam para o governo federal.
Ao defender que este recurso seja utilizado prioritariamente pelo governo federal na rodovia, conseguiu empolgar os participantes, antes ainda tímidos quanto ao futuro da rodovia.
Uma comissão com representantes da Amepi e das associações comerciais se deslocará para Brasília na próxima semana para reunir-se com senadores, deputados e membros do Conselho Nacional de Justiça, para tratar da possibilidade de utilizar parte dos recursos da repactuação que irão para o governo federal, em ações em prol de melhorias e duplicação da rodovia no trecho do Médio Piracicaba.
Foto: Mundo dos Inconfidentes