“Estamos na pior situação geopolítica que já conheci em toda a minha vida”, diz o secretário-geral da ONU

Ele lamentou que a guerra na Ucrânia não pareça ter fim "no futuro próximo" e, referindo-se à crise climática, observou que o mundo está "aproximando-se do ponto sem volta".

Haverá um fim para esta guerra. Existe o fim de tudo. Mas não vejo o fim da guerra no futuro imediato, disse o Secretário da ONU sobre a situação da Ucrãnia.
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O secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou esta quarta-feira, ao discursar no Fórum Económico Mundial em Davos, na Suíça, que a atual situação geopolítica é a pior que já viu em toda a sua vida devido a duas grandes crises, a climática e a derivada da a guerra na Ucrânia, que, lamentou, não parece ter fim “num futuro próximo”.
“Não vivi durante a Segunda Guerra Mundial e suponho que hoje nos encontramos na pior situação que já conheci em toda a minha vida”, disse ele à agência de notícias Sputnik.
Referindo-se ao problema climático, destacou que o mundo está “aproximando-se do ponto sem volta” .
Disse que a humanidade se comporta “como se tivesse vários planetas, mas só tem um. Os problemas da biodiversidade não interessam muito aos decisores políticos”.
Voltando à questão da guerra na Ucrânia, que – frisou – ocorre a menos de 1.000 quilômetros de Davos, ele se mostrou pessimista sobre se terminará em breve.
“Haverá um fim para esta guerra. Existe o fim de tudo. Mas não vejo o fim da guerra no futuro imediato”, afirmou.
“As profundas diferenças históricas entre a Rússia e a Ucrânia tornam mais difícil encontrar uma solução baseada no direito internacional e que respeite a integridade territorial”, acrescentou.

“Neste momento, não creio que tenhamos oportunidade de promover ou mediar uma negociação séria para alcançar a paz a curto prazo”, lamentou o Secretário Geral da ONU. Foto: AFP


Na opinião de Guterres, a principal divergência entre Moscovo e Kyiv reside na visão que têm do passado. “Há duas ideias diferentes do que foi o Império Russo, das nacionalidades que existiram e do que são hoje os ucranianos e os russos”, sintetizou.
Ele afirmou que a ONU faz o possível para reduzir os danos causados ​​pelo conflito e o sofrimento da população. “Tentamos lutar contra as consequências, mas no momento não acho que haja muitas chances de avançar nisso ou atuar como mediador em negociações sérias para alcançar a paz no curto prazo”, acrescentou.

*Telam

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Foto: Ministério da Defesa da Rússia

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