Estudo da UFV propõe técnica alternativa para restauração florestal

Técnica desenvolvida pela UFV utiliza rejeito no substrato e novo modo de proteger as sementes na germinação e primeira fase de crescimento. Margens de rios de Mariana e pontos de difícil acesso utilizam método. Foto: Fundação Renova
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Um estudo conduzido pela equipe do professor Sebastião Venâncio, do Laboratório de Restauração Florestal da Universidade Federal de Viçosa (LARF-UFV), em parceria com a Fundação Renova, está avaliando o uso de bolas de sementes como alternativa para promover a restauração florestal. A técnica pode ser utilizada para recuperar Áreas de Preservação Permanente (APPs) e de mata ciliar da região impactada pelo rompimento da barragem de Fundão, com ganhos ambientais para toda a bacia do rio Doce.

A tecnologia, desenvolvida pela equipe do LARF-UFV, utiliza um substrato contendo rejeito. Essa pesquisa, assim como outras que foram realizadas pela UFV, comprova que o material não impede nem representa riscos à germinação de plantas. A técnica também tem a vantagem de facilitar o trabalho de restauração florestal nas áreas de difícil acesso atingidas pelo rejeito.

As bolas de sementes (seed balls, em inglês) são, literalmente, pequenas esferas formadas por um substrato que envolve as sementes das espécies de vegetação que devem ser plantadas em determinada região. Essa técnica tem, como principal vantagem, a proteção das sementes em relação a ataques indesejados de insetos, roedores e pássaros, além de fornecer condições mais adequadas para a germinação.

A utilização do rejeito nas bandejas visava reproduzir as condições das áreas impactadas pelo rompimento, especialmente as Áreas de Proteção Ambiental (APPs) e as matas ciliares dos rios Gualaxo do Norte e Carmo, os primeiros a receberem a pluma de rejeitos do rompimento da barragem.

Os resultados obtidos até o momento confirmam o bom potencial de utilização das bolas de sementes no processo de restauração florestal.

Imagem: Fundação Renova

“A condução desta pesquisa é de suma importância para uma posterior montagem deste experimento em campo. Também para a futura utilização das bolas de sementes para auxiliar na restauração florestal das áreas de difícil acesso atingidas pelo rejeito de Fundão, bem como para o enriquecimento de áreas com condução da regeneração natural. A semente já chega ao solo adubada, inclusive com rejeito. Temos a intenção de testar com mais espécies no campo e capacitar o próprio produtor rural a fazer as bolas de sementes”, explica Gabriel Kruschewsky, especialista de Uso Sustentável da Terra da Fundação Renova.

Outra boa perspectiva para o uso dessa tecnologia é que as bolas de sementes poderiam ser aplicadas para enriquecer solos em que há a presença do rejeito e, assim, promover a recuperação florestal nessas áreas.

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