A mostra oferece ao público obras dos artistas mineiros Breno Barbosa e Leonard Brizola, além disso, mostra a oportunidade de apreciar e compreender certa simbiose entre as artes dos dois artistas.
Para o professor Anderson Antônio Araújo, coordenador de Promoção e Extensão Cultural da Faop, “os artistas bebem da mesma fonte que são as referências clássicas da história da arte do ocidente”. Ana Célia Teixeira, professora da Fundação, reforça que a complexidade humana está presente nos trabalhos. “Algumas obras podem causar incômodo, mas, ao mesmo tempo, exercem um fascínio”, diz.
Os Artistas
Breno Barbosa nasceu em Paraopeba, em 1963. Formou-se em artes plásticas e se tornou especialista em desenho e pintura pela Escola Guignard, em 1987. Já exibiu sua arte em vários países, e foi premiado diversas vezes ao longo de sua carreira. Sua obra oferece ao público um humor ácido, que busca tensionar as noções e tabus sobre o corpo, e como ele é visto socialmente. O artista oferece grande domínio das técnicas e sem muitos retoques.
O belo-horizontino Leonard Brizola, nascido no mesmo ano, cursou artes plásticas na Guignard e também na UFMG, na década de 1980. É um artista com obras reconhecidas no país inteiro, que trabalha com desenho, bordado e fotografia, mas seu maior domínio e apreço se encontram na pintura. Em suas obras, pode-se perceber o uso de técnicas da pintura tradicional, visto que Leo preza pelo equilíbrio de volumes, cor e sombra, formas e utilização completa de sua paleta. Suas obras, para além da técnica, buscam explorar grandes temas para a sociedade, com conteúdos políticos, sociais e existencialistas, abordados em um mundo atemporal e anacrônico.
“A arte de Breno e Léo é a consumação visual do indizível. Nasce num sistema de tensões, de um sortilégio e possuem a precisão de um joalheiro. A dupla possui o dom de manejar as imagens de modo a fazê-las render o máximo de sugestões, de insinuações, de expressões, de relevo.”
Assim resume Miguel Gontijo, artista plástico convidado a escrever o texto introdutório da exposição. As obras dos dois artistas se complementam, apesar de suas grandes diferenças, e trazem uma exposição capaz de atingir muito por meio dos contrapontos.
Gontijo especula ainda se o fato dos dois artistas serem regidos pelo signo de gêmeos, além da amizade iniciada na escola, são os motivos para que ambos tenham artes distintas, mas que se completam. Conhecendo as obras de perto, o público também poderá tirar suas conclusões.
A visitação é gratuita e pode ser realizada de terça à sexta-feira, de 9h às 12h e de 13h às 17h. Aos sábados e domingos, de 14h às 18h.
Foto: Acom/FAOP