FAOP retoma atividades presenciais no Curso Técnico em Conservação e Restauro

Depois de quase dois anos com aulas online, aproximadamente 100 alunos passarão a frequentar os espaços da Fundação, onde cerca de 180 obras voltarão a ser restauradas.​​​​​​

Trabalhos de restauro no curso eram intensos antes da pandemia e retorno garante recuperação de inúmeras obras.
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O Curso Técnico em Conservação e Restauro da Fundação de Arte de Ouro Preto (FAOP) volta a ser presencial, a partir desta segunda-feira (7).


O presidente da FAOP, Jefferson da Fonseca, destaca a importância das atividades presenciais: “É com grande satisfação que retomamos as atividades presenciais do Curso Técnico de Conservação e Restauro da FAOP, o primeiro curso formal desse ofício reconhecido pelo Ministério da Educação (MEC). O ensino dessa atividade acontece de forma prática. Portanto, ao receber os alunos e alunas de volta à nossa instituição, estamos também dando um importante passo para a preservação de nosso patrimônio cultural e artístico”.


O curso mantém uma tradicional parceria com as comunidades ouro-pretanas, seus distritos, além de outros municípios do estado. Pelas mãos dos estudantes, orientados pelos professores e apoiados pela equipe técnica, são restauradas, a custo mínimo, esculturas de madeira, pinturas de cavalete e papéis. Com isso, o curso ganha qualidade de formação, podendo oferecer aos estudantes a experiência de vivenciar os reais desafios da profissão.

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Com a suspensão das aulas presenciais devido à pandemia da Covid-19, os processos de restauro das obras também ficaram parados.

Agora, o retorno vai possibilitar também que as turmas voltem a trabalhar com o acervo, composto por obras que vêm de paróquias e instituições de lugares como Congonhas, Senador Firmino, Guaraciaba, Carandaí, Belmiro Braga, e distritos ouro-pretanos, com destaque para Cachoeira do Campo e Rodrigo Silva.


Elisangela Figueiredo, professora no Ateliê de Escultura, ressalta a importância do retorno das aulas presenciais para as disciplinas que ministra: “Foi feito um esforço nas aulas online onde tentamos repassar o conhecimento para os alunos acerca do processo de restauração, mas acontece que trata-se de um trabalho muito prático, e algumas lacunas ficaram abertas no ensino remoto. Com o retorno das aulas presenciais, os alunos terão acesso ao acervo e finalmente conhecerão, de fato, o trabalho de um restaurador.”

Recebendo novos alunos

Além das aulas presenciais, o Núcleo de Conservação e Restauração se prepara também para uma outra novidade: a chegada de novos alunos. O Curso Técnico em Conservação e Restauro participou, no ano passado, do programa Trilhas de Futuro da Secretaria do Estado de Educação de Minas Gerais, o que possibilitou que 50 alunos se matriculassem com direito a bolsa integral de estudos e ajuda de custo para alimentação e transporte. Além disso, o processo seletivo regular também foi realizado, resultando em outros 15 estudantes matriculados. Agora, os novos alunos e alunas se juntarão a aproximadamente 40 veteranos.


A diretora da Escola de Arte Rodrigo Melo Franco de Andrade, Gabriela Rangel, responsável pelos núcleos de ensino da FAOP, confessa que um sentimento de alegria envolve toda a equipe da escola. “Enfrentamos grandes desafios com o isolamento social diante da pandemia. É de fundamental importância para a formação do profissional restaurador as atividades práticas. A partir de segunda-feira, dentro dos novos desafios, reconstruiremos o ritmo, a movimentação e a dinâmica do Curso Técnico em Conservação e Restauro, regressando aos espaços com os estudos, os trabalhos, os acervos e as comunidades envolvidas. Momento de muita expectativa e grande alegria com a presença dos alunos, professores e toda a equipe FAOP”, afirma.

O curso é considerado a primeira experiência formal em formação de restauradores no país, e algumas décadas depois foi reconhecido pelo MEC.

Sobre o curso
Desde o reconhecimento do seu Curso Técnico em Conservação e Restauro pelo MEC, em 2002, a FAOP já formou 373 restauradores, especializados nas áreas de papel, escultura policromada e pintura de cavalete. Além disso, a fundação já restaurou mais de 2 mil obras ao longo dos anos, que retornaram para suas comunidades.

Foto: Marcelo Candido/Asscom FAOP

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