França anunciou a nacionalização da gigante da eletricidade EDF e suas ações subiram

País europeu vai investir em energia nuclear e outras fontes renováveis para alcançar a neutralidade de carbono.

“Confirmo a intenção do Estado de deter 100% do capital da ED para fortalecer sua capacidade de realizar projetos ambiciosos e essenciais para o nosso futuro energético o mais rápido possível”, disse a primeira-ministra francesa Élisabeth Borne.
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A primeira-ministra francesa, Élisabeth Borne, anunciou nesta quarta-feira (6) a intenção do governo de renacionalizar a gigante da eletricidade EDF, e a notícia desencadeou uma alta imediata das ações da empresa na Bolsa de Valores de Paris.

“ Confirmo a intenção do Estado de deter 100% do capital da EDF ”, de forma a “ reforçar a sua capacidade para levar a cabo projetos ambiciosos e essenciais para o nosso futuro energético o mais rapidamente possível ”, acrescentou Borne perante o novo parlamento eleito nas eleições de 19 de junho passado, que enterraram a maioria absoluta que o partido no poder de presidente Macron tinha até então.

Durante sua Declaração de Política Geral perante o Congresso, a chefe de governo reafirmou o compromisso do presidente Emmanuel Macron com a energia nuclear, juntamente com as energias renováveis, para alcançar a neutralidade de carbono, informou a agência AFP.

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O Estado francês já detém quase 84% das ações da EDF, uma antiga estatal; 1% pertence aos trabalhadores e os restantes 15% são ações institucionais e individuais. Foto: Silv Rob/RF.com

O anúncio ocorre quando o grupo altamente endividado também enfrenta uma série de desafios, como a construção de novos reatores EPR anunciados pela Macron ou problemas de corrosão nas tubulações de vários de seus 56 reatores atômicos.

A ação da EDF recebeu a notícia positivamente na Bolsa de Paris , onde subiu 5,56%, sendo negociada a 8,28 euros (US$ 8,44). Antes das declarações de Borne, o preço caiu 5%.

A holding Centrais Elétricas Brasileiras S.A. atua na geração, transmissão e distribuição de energia e foi vendida pelo governo Bolsonaro no dia 9 de junho, por 33 bilhões de reais. País abriu mão da soberania no setor elétrico. França vai na rota contrária.

Foto capa: Reprodução Twitter

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