Jornalistas e empregados na administração do jornal Estado de Minas voltarão a reunir em assembleia na próxima quinta-feira 17/10, às 13h, na porta do jornal, para decidir sobre a continuidade do seu movimento, podendo decretar greve, caso os salários de setembro não tenham sido quitados. A notificação legal sobre o movimento grevista será feita pelos sindicatos na segunda-feira 14/10.
A empresa não compareceu à reunião de mediação marcada para a manhã de ontem na Superintendência Regional do Trabalho nem justificou sua ausência, numa demonstração de desrespeito aos trabalhadores.
Até hoje, o Estado de Minas pagou apenas 30% dos salários dos jornalistas e não pagou nada aos empregados da administração. Os trabalhadores da TV Alterosa, também do Associados, receberam 20%. A promessa da direção da empresa é que o restante dos salários será pago no dia 16.
Além dos salários atrasados, o Estado de Minas deve vale transporte, plano de saúde, férias e outros benefícios. O INSS não está sendo recolhido e o FGTS não está sendo depositado. A contribuição sindical é descontada do salário, mas não é repassada ao sindicato.
Além disso, a empresa reduziu os salários dos seus empregados em 30%, em 2016, decisão que já foi julgada ilegal pela Justiça do Trabalho. A dívida da empresa com os trabalhadores é enorme.
Em reunião na Justiça do Trabalho realizada quinta feira (10/10), os advogados do Sindicato dos Jornalistas e do Sindicato dos Empregados na Administração pediram ao advogado do Estado de Minas que a empresa apresente uma proposta concreta de pagamento dos salários e de compromisso de cumprimento dos direitos trabalhistas que não estão sendo respeitados. Em seguida será discutido o pagamento da dívida referente à redução dos salários.
“Não se pode discutir o pagamento da dívida antiga se a empresa não cumpre nem suas obrigações atuais com os trabalhadores”, disse a presidenta do SJPMG, Alessandra Mello.
Ela acrescentou que o Estado de Minas está cumprindo os acordos individuais, referentes a dívidas antigas, mas não está pagando os direitos dos trabalhadores que estão empregados.
Além disso, vem atrasando os salários de forma seletiva, paga alguns trabalhadores e não paga outros. Os gráficos receberam o salário integral, porque a empresa sabe que se não pagar, o jornal não é impresso.
O coordenador de administração do Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal, Gésio Passos, participou da assembleia dos trabalhadores do Estado de Minas. Ele relatou como os jornalistas do jornal Correio Braziliense, que também pertence ao grupo Associados, estão se mobilizando para enfrentar problemas similares aos vividos pelos jornalistas do EM. Ele informou que no CB não houve redução salarial e que a direção mantém diálogo com o sindicato. “Quando a redação paralisa o trabalho e desce, a empresa resolve o problema imediato”, disse.