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Gerdau entrega primeira etapa do Patrimônio Vivo, em Miguel Burnier

Restauração da Igreja Sagrado Coração de Jesus estará concluída no próximo ano.

Com investimento de R$ 15 milhões, iniciativa valoriza a memória e incentiva a cultura local. Projeto foi construído junto com a comunidade.

A Gerdau entregou nesta segunda-feira (18), a primeira fase do projeto Patrimônio Vivo, em Miguel Burnier, distrito de Ouro Preto.
Ao todo, serão investidos R$ 15 milhões em ações de revitalização e manutenção do patrimônio cultural, beneficiando a comunidade e incentivando o turismo da região.

Assim, é esperada a criação de novas oportunidades de geração de emprego e renda.

Com as intervenções, a frente da Igreja Sagrado Coração de Jesus está de cara nova após a conclusão deum grande projeto de paisagismo no local, o que ressalta a beleza histórica e respeita as características já existentes, além da história afetiva da comunidade.
Todo o projeto de revitalização foi desenvolvido junto com os moradores da comunidade.
Nesta primeira etapa, foram plantadas diversas árvores e mudas de flores.
Um grande destaque foi o cipreste, espécie indicada pela comunidade, que exala um cheiro que resgata diversas memórias locais.
A primeira etapa contemplou a instalação de pedras de quartzito no chão e nos bancos, vias de integração entre os pátios e a igreja, sistemas de irrigação automatizado e de drenagem.

Nessa fase foi realizada ainda a pavimentação da rua lateral e a criação de passeios.

Outro grande destaque da primeira fase do Patrimônio Vivo é a pesquisa histórica da igreja. Foi realizado um levantamento cadastral de Bens Móveis e Integrados, que estão na Igreja Sagrado Coração de Jesus.
Ao todo são 517 peças que serão catalogadas e estudadas, sendo cerca de 300 itens foram identificados durante o trabalho.

“O projeto Patrimônio Vivo foi construído a muitas mãos para que chegássemos a um resultado que atendesse a expectativa do coletivo e que principalmente, preservasse de forma consciente os espaços e, em alguns casos, requalificando seu uso”, destaca Wendel Gomes, diretor executivo da Gerdau.

Wendel Gomes, diretor executivo da Gerdau durante a cerimônia.

Ele afirmou que através da iniciativa, pretende-se contribuir para o resgate da história e do pertencimento ao local, preservar as muitas lembranças dos moradores da região e proporcionar a oportunidade criar novas memórias, bem como valorizar o patrimônio cultural material e imaterial.
“É uma forma de preservar não somente o local, mas a cultura e a representatividade que Miguel Burnier tem para Ouro Preto e Minas Gerais”, garantiu o diretor.

Outras frentes de trabalho foram realizadas nessa etapa, como o projeto de revitalização do antigo dormitório, pertencente ao complexo da Estação Ferroviária e o levantamento territorial urbano.

Presenças e participações

Para o prefeito de Ouro Preto Angelo Osvaldo o Patrimônio Vivo é um grande projeto. “Ele é exatamente a revitalização do patrimônio imaterial e a restauração do patrimônio material. Aqui temos um acervo muito grande de patrimônio natural e cultural em Miguel Burnier e a Gerdau com essas ações apoia e incentiva a cultura no local”, garante.
Ele agradeceu o apoio da empresa, ressaltando que permanecerão unidos e que a parceria está rendendo e vai render muitos frutos.

Segunda fase

Está em andamento a seleção da empresa que irá executar a segunda fase da obra, prevista para ser entregue ainda em 2024, ano em que a Igreja Sagrado Coração de Jesus comemorará 90 anos.


Um grande restauro da igreja será realizado nesta segunda fase.

No seu entorno serão realizadas a construção de uma área de convivência, com vestiários e cozinha, ao lado da igreja, preparada para receber as festas tradicionais da comunidade, como as coroações dos Sagrados Corações de Maria (maio) e Jesus (junho), a revitalização do coreto, o que totalizaá um novo espaço com cerca de 406m², incluindo da criação de 25 vagas de estacionamento.

Em paralelo, há outros investimentos acontecendo como o diagnóstico turístico, com o objetivo de mapear o turismo em Miguel Burnier e as possibilidades e alavancas de desenvolvimento de novos equipamentos e atrativos; a potencialização do artesanato, juntamente com a Fundação de Artes de Ouro Preto – FAOP e o projeto ELLLAS; economia circular e o apoio na reestruturação do patrimônio imaterial, com investimentos para a banda, congado, quitutes e educação patrimonial.

Há também a revitalização da antiga Usina Wigg, referência histórica no marco da siderurgia e produção de ferro em Minas Gerais.
A companhia se tornou referência para processos modernos de fundição no início da indústria siderúrgica brasileira, no final do século XIX, movimentando a economia e o desenvolvimento do país.

A Usina Wigg teve como principal foco a incorporação de inovações tecnológicas para o campo da produção siderúrgica.
Está prevista para o primeiro trimestre de 2024, uma exposição itinerante sobre a Usina, em parceria com o MM Gerdau – Museu das Minas e Metal, o Arquivo Público Mineiro e o SESI.

Construindo o futuro e preservando o passado de forma colaborativa

Durante pouco mais de um ano, foram realizadas diversas reuniões com a comunidade local, com representantes da Prefeitura e Câmara Municipal, Conselhos Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural e Natural (COMPATRI) e de Meio Ambiente (CODEMA) de Ouro Preto e Arquidiocese de Mariana, para coletivamente, estruturar e validar a iniciativa.

O Patrimônio Vivo conta com a parceria do escritório ouro-pretano especializado na preservação de patrimônio cultural, Joglo – Arquitetura Criativa e da Agência de Desenvolvimento Econômico e Social de Ouro Preto (ADOP) – instituição privada, sem fins econômicos, apartidária, criada por meio da parceria entre empresas locais, poder público e sociedade civil, cuja missão consiste em ser agente do desenvolvimento sustentável do Município de Ouro Preto.

Miguel Burnier

Localizado a cerca de 55 km do centro de Ouro Preto, a comunidade tem forte ligação com a história de Minas Gerais, incluindo a Inconfidência Mineira e o início da ferrovia e a siderurgia no Brasil, no século XIX. Como patrimônios imateriais estão o congado, a banda, o coral, o artesanato, e a culinária.

Foto: Diego Sá/Armazém imagens

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