A Gerdau suspendeu desde ontem (27)as atividades da usina de Barão de Cocais.
A empresa alegou que a decisão foi tomada após ” uma profunda análise da competitividade da planta em relação às condições do mercado de aço no Brasil”.
Essa competitividade fraca é devido aos custos elevados de matérias-primas e a insuficiência da produção de minério de ferro próprio, em Minas Gerais, além do menor nível de atualização tecnológica da usina, diz a Gerdau.
Segundo a empresa, tudo é agravado diante do cenário desafiador do setor siderúrgico brasileiro, ameaçado pela importação crescente de aço chinês, principalmente.
Informações do Sindicato dos Metalúrgicos de Barão de Cocais confirmam a demissão de 487 funcionários diretos.
Concorrência
Faz anos que o setor siderúrgico nacional tem reclamado da “invasão” do aço importado no país, o que desestimula investimentos na produção e acarreta menor produção interna do produto.
Nos últimos meses, o governo federal tem tomado diversas medidas para diminuir a ociosidade nas siderúrgicas nacionais.
Em fevereiro, a Camex restaurou as tarifas de importação para cinco itens.
Em abril, o órgão anunciou cotas de importação por um ano para 11 tipos de produtos de aço e taxação de 25% sobre o que exceder os limites.
Após os anúncios, as siderúrgicas brasileiras divulgaram a intenção de investir R$ 100,2 bilhões no Brasil nos próximos cinco anos.
Segundo o Instituto Aço Brasil, de janeiro a março, o Brasil importou cerca de 1,3 milhão de toneladas de aço, alta de 25,4% em relação ao mesmo período do ano passado.
Nos últimos anos, o segmento criticava a concorrência desleal do aço estrangeiro, que impedia o aumento da produção brasileira.