Após reunião nesta quarta-feira (4) com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto, em Brasília, o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB) afirmou que o acordo de repactuação sobre o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, de responsabilidade da Samarco/Vale-BHP, será acelerado e deve sair até o final do ano.
“O presidente Lula acha que, nos próximos dias, fechará esse acordo. Ele está em contato com o atual presidente da Vale [Eduardo Bartolomeo), com o futuro presidente [Gustavo Pimenta], para que a gente feche esse acordo ainda neste ano”, disse o governador após o encontro.
Da reunião também participaram o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, e o advogado-Geral da União (AGU), Jorge Messias.
Segundo o governador, Lula disse estar confiante de que o acordo pode ser fechado.
A disputa na Justiça envolve os governos federal, de Minas Gerais e do Espírito Santo, além das empresas Vale, Samarco e BHP.
O governador afirmou que isso é “para colocarmos um ponto final em um tema que está aberto desde 2015”.
Ele ainda destacou que “tem gente para ser indenizada, infraestrutura para ser recuperada, cobertura florestal para ser recuperada, saneamento básico para ser feito, e a gente depende desse acordo para dar velocidade”.
O acordo de indenização envolve a transferência de recursos para um fundo administrado pelo governo federal, que será aplicado em obras nas regiões afetadas.
“Isso está tudo muito bem construído em termos de valores, em termos de responsabilidade de cada um, então tem já uma construção bem formatada que o acordo poderá, com certeza, tendo esforço, ser assinado antes mesmo do final do ano”, declarou.
Duplicação da BR-262
“Eu pedi para incluir no acordo a duplicação da BR-262, que é um eixo importante para o desenvolvimento de Minas Gerais e do Espírito Santo”, disse Casagrande, destacando que o entendimento já está “muito bem construído”, e deve envolver um valor total em torno de R$ 100 bilhões.
“Esse investimento vindo dessa repactuação é um investimento que ajuda no desenvolvimento do Espírito Santo e Minas Gerais”, disse Casagrande, que lembrou que o valor da obra de duplicação da rodovia federal estaria estimado em cerca de R$ 5 bilhões.
“Mas pode colocar o recurso do acordo e uma PPP patrocinada. Essa rodovia já foi para a concessão por duas vezes e deu deserta por falta de interesse por ser uma região de montanha”, disse.
Foto: Ricardo Stuckert